Feto, transgénero, diversidade, baseado em provas. Estas são algumas das palavras e expressões que os responsáveis de uma das mais importantes agências de saúde americanas devem evitar nos documentos preparatórios do orçamento do próximo ano. As orientações vieram da Administração Trump, segundo conta o Washington Post.

Os dirigentes que definem as políticas do centro para o controlo e prevenção de doenças, (Centers for Disease Control and Prevention conhecido pela sigla CDC) foram informados da lista de palavras interditas numa reunião com altos responsáveis para discutir o orçamento, realizada esta quinta-feira.

De acordo com um dos analistas que participou no briefing de 90 minutos, foram comunicadas sete palavras ou expressões a evitar: vulnerável, diversidade, ter direito a, transgénero, feto, baseado em provas e cientificamente fundamentado. Em alguns casos, foram sugeridas alternativas. Por exemplo, em vez de baseado em provas ou cientificamente baseado foi indicada a nuance “o CDC sustenta a sua recomendação na ciência e em consideração com os padrões e desejos da comunidade”. Para outras expressões proibidas não foram dadas alternativas.

O departamento de saúde dos Estados Unidos, que tutela o CDC com sede em Atlanta, garante que vai continuar a utilizar as melhores argumentos científicos disponíveis para melhorar a saúde dos americanos, disse um porta-voz deste organismo ao jornal americano. Acrescentando que a instituição incentiva o uso de resultados e de informação comprovada nas avaliações de programa e decisões orçamentais.

A forma de abordagem de temas como a orientação sexual, a identidade de género e o direito ao aborto — questões que ganharam visibilidade na administração de Obama — tem vindo a ser discutida em várias agências federais desde que Trump assumiu funções. Vários departamentos do Estado nas áreas da saúde, educação e habitação mudaram algumas das suas políticas federais sobre como obter informação governamental sobre americanos homossexuais, lésbicas e transgénero (LGBT).

O Washingon Post lembra que em março deste ano o departamento de saúde americano deixou cair as perguntas sobre a orientação sexual e a identidade de género em dois inquéritos conduzidos junto de população idosa, tendo também retirado do seu site informação sobre americanos LGBT.

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