As testemunhas da tragédia na Associação Recreativa de Vila Nova da Raínha, Tondela, falam num cenário de terror, três meses depois dos grandes fogos que causaram 35 mortos na região centro. Uma aparente explosão na salamandra que aquecia o segundo piso, onde decorria um torneio de sueca, terá causado um incêndio no teto de pladur e levado ao pânico e fuga massiva. Várias pessoas dizem que havia uma porta fechada no final das escadas, onde muitos já se amontoavam, que foi preciso arrombar com um jipe. Muitos terão sido retirados pela parte de cima dessa porta, um a um. Estão confirmados 8 mortos, 35 feridos, 5 deles graves.

Um homem que estava no primeiro piso a participar no torneio de sueca, contou à SIC Notícias, que estava “na mesa 1 ao cimo da escada” e deu-se conta de que “alguém lá atrás deu um berro” e foi então que percebeu o que se aconteceu. “Calhei a olhar para a lareira e vi aquilo ao cimo da lareira, berrei e sai cá para fora, mas a porta ao pé da escada estava fechada, não conseguimos abrir, foi preciso um jipe para rebentar a parte de cima da porta. As pessoas estavam já todas no chão, demorou um bocado, se não fosse o jipe do sr. Guimarães não tinha aberto. Depois tirámos as pessoas uma a uma ela pela parte de cima da porta”.

Testemunha à SIC Notícias

Um homem que estava no rés do chão do edifício, a ver a o Sp. Braga-Benfica na televisão, contou ao Jornal do Centro que no andar de cima estava a decorrer um torneio de sueca e que “alguém gritou que havia fogo”. “Quem estava no andar de baixo tentou sair pela porta, mas as pessoas já estavam empilhadas na escadas e a travar porta”, contou. O mesmo homem disse ainda que “havia muito fumo e quem estava no piso do rés do chão não imaginava o que se estava a passar”.

Testemunha ao Jornal do Centro

“Cheguei e vi um filme de terror, é impossível de explicar, nem nos incêndios houve isto assim, e dizem que Deus é grande, mas nem nos incêndios foi tão duro como isto”.

Testemunha à SIC Notícias

Júlio Dias estava também a assistir ao futebol quando se apercebeu do fogo no andar de cima. Segundo contou ao Público, tentou-se abrir a porta desse piso, mas como havia pessoas amontoadas não conseguiram e foi preciso “um jipe e cordas” para abrir uma outra porta e retirar os sobreviventes. “Tentamos ajudar o máximo possível mas era muito o pânico”, contou. “Foi tudo muito rápido. Cinco, seis minutos”.

Testemunha ao Público

Outra testemunha, António Carvalho, falou à CMTV sobre o que viu. Contou que começou por ver fumo do lado de fora e depois agiu. “Parti vidros das janelas para sair o fumo. Depois entrei, as pessoas estavam na escadaria, amontoadas e desorientadas com o fumo”. Este homem fala também em pânico: “Na fuga, as pessoas atropelaram-se umas às outras”.

Testemunha à CMTV

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