A organização da Fórmula 1 anunciou esta quarta-feira o fim das “grid girls” nas corridas, a partir desta época — que se inicia no dia 25 de março. A decisão aplica-se ao mundial da categoria rainha e a campeonatos como a F2 ou a GP3.
O diretor de operações comerciais, Sean Bratches, justificou esta mudança como uma forma de “estar mais em sintonia” com a visão da Fórmula 1. Bratches defendeu que esta prática não é “adequada ou relevante nem para a Fórmula 1 nem para os fãs, antigos ou novos, de todo o mundo”.
“Embora a prática de usar ‘grid girls’ tenha sido frequente na Fórmula 1 há décadas, sentimos que esse costume não reflete os valores da nossa marca e está claramente em discordância com as normas da sociedade moderna dos dias de hoje”, explicou Bratches.
As “grid girls” são modelos que estão nas corridas e têm funções como segurar guarda-chuvas e placas de identificação dos pilotos ou alinharem-se em fila, para formar um corredor que leva os vencedores até ao pódio. As roupas que usam têm normalmente os logótipos dos patrocinadores.
No Twitter, a Women’s Sport Trust — uma organização que visa aumentar o impacto das mulheres no desporto — agradeceu a proibição desta prática. “Obrigada Fórmula 1 por decidir parar de usar ‘grid girls’. Outro desporto a fazer uma escolha clara sobre o que defendem“, pode ler-se na publicação.
Thank you @F1 for deciding to stop using grid girls. Another sport making a clear choice about what they want to stand for:
“We feel this custom does not resonate with our brand values and clearly is at odds with modern day societal norms.” https://t.co/Rrwxf5VcjY— Women's Sport Trust (@WomenSportTrust) January 31, 2018
Já Kelly Brook, uma antiga “grid girl”, em declarações ao jornal The Sun, mostrou-se contra esta decisão: “Foi um dos melhores empregos que já tive. Vestimo-nos de forma glamourosa e obviamente trata-se de estar apresentável, mas nunca senti que fui usada“.
Em julho do ano passado, as “mulheres do pódio” com a função de entregar os prémios aos vencedores e lhes dar beijos foram proibidas pela organização da Volta a Espanha. A cerimónia passou a ser realizada quer por mulheres, quer por homens. No mesmo ano, a direção do Tour Down Under, na Austrália, decidiu deixar de ter modelos femininas no pódio.