O chef José Avillez acaba de receber um dos prémios mais prestigiados no mundo da gastronomia, o Grand Prix de L’Art de La Cuisine. A notícia foi avançada pela francesa Academie Internationale de Gastronomie e confirmada ao Observador por fontes próximas do chef que tem duas estrelas Michelin no Belcanto, restaurante em Lisboa.

Avillez terá sido notificado há poucas horas, via telefonema e e-mail, depois de ter chegado a Lisboa (regressava de uma viagem). Responsáveis pela comunicação do chef afirmam que ainda não está definido se há ou não uma cerimónia oficial de entrega do prémio que no passado já foi atribuído a reconhecidos cozinheiros como Massimo Bottura, Joan Roca, Grant Achatz, Alain Ducasse, René Redzepi ou Alex Atala.

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“Cheguei ontem à noite dos Estados Unidos, ainda estou com um bocado de jet lag, mas o prémio é mesmo real!”, disse o chef ao Observador, numa bem disposta conversa por telefone. “Recebi a informação há umas horas, parece que hoje houve uma assembleia geral da Academia — são uns vinte e tal países — e decidiram, por unanimidade, atribuir-me o prémio”, explicou José Avillez.

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“É um orgulho tremendo”, fez logo questão de dizer, antes reforçar que esta vitória sabe ainda melhor “porque envolve a cozinha portuguesa.” “Fui o primeiro português a receber esta distinção, mas mesmo que tivesse sido outro, o resultado final seria sempre positivo porque é a nossa gastronomia que sai a ganhar”, concluiu. Avillez explica que este era um prémio que já conhecia bem, visto que acompanha o trabalho de muitos outros “cozinheiros de renome” que já o tinham conquistado.

A título pessoal, o José Avillez afirma que esta vitória comprova “o logo caminho que já percorremos” e ressalva ainda a importância da sua equipa, “elemento fulcral para tudo isto.” Antes de se despedir revelou ainda que tem sido inundado de mensagens e telefonemas de parabéns, “até já recebi uma mensagem do Primeiro Ministro.”

A mesma Academia francesa atribuiu ainda o prémio de Chef de l’Avenir (destinado a jovens promessas da cozinha) a Pedro Pena Bastos — antigo responsável pelo restaurante da Herdade do Esporão –, o de Prix au Sommelier a Gabriela Marques (do restaurante Varanda do Ritz, em Lisboa) e o Prémio Multimédia a Leonardo Pereira, pelo programa Chef de Raiz. O luso-descendente George Mendes, que tem uma estrela Michelin no restaurante Aldea, em Nova Iorque, também foi contemplado pela Academia, recebendo o Prémio de Literatura Gastronómica pelo livro de receitas “My Portugal”.

Contactado pelo Observador, o chef Pedro Pena Bastos revelou-se surpreendido pela distinção recebida, mas destaca que, apesar do reconhecimento ser “muito, muito bom”, não vai deixar que o ponha a “sonhar demasiado.” “É um premiar de todo o esforço, trabalho e amor dos últimos dez meses no Esporão”, afirma, destacando ainda a importância da sua equipa em todo o progresso. O jovem cozinheiro que por enquanto ainda se encontra entre projetos terminou dizendo que deve “este prémio a muitas pessoas.”

Recorde que no passado, José Avillez já tinha arrecadado importantes distinções como a de Chef de l’Avenir (em 2005). Neste momento, o chef Avillez tem a seu cargo o funcionamento de vários restaurantes como o Belcanto — duas estrelas Michelin –, o Bairro do Avillez, o Beco Cabaret Gourmet, Mini Bar, Cantinho do Avillez (em Lisboa e Porto) ou o Café Lisboa.

O Belcanto é o único espaço português destacado na The World’s 50 Best Restaurants, prestigiada listagem onde ocupa o 85º lugar.