O antigo primeiro-ministro José Sócrates considera que casos como a Operação Lex — ou o processo Marquês, onde está acusado de crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal — revelam um “desprezo pelos direitos individuais e pela cultura de liberdade” semelhantes ao do “velho autoritarismo estatal”. E não tem dúvidas em afirmar que a atuação atual do Ministério Público já ultrapassou a área da investigação judicial, tendo agora entrado “no domínio da perseguição a alvos seletivos”, aproveitado as oportunidades “mediática e corporativa”.

[Veja no vídeo 5 semelhanças entre as Operações Lex e Marquês]

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Num artigo de opinião publicado no site do jornal Público intitulado “Um novo paradigma, dizem”, o ex-líder socialista aproveita para fazer várias críticas às autoridades judiciais e aos media. Sócrates começa por mencionar a violação do segredo de justiça, dando a entender que é feita muitas vezes pelos próprios magistrados com o objetivo de “substituir o princípio da presunção da inocência pela presunção pública de culpabilidade“, numa situação “win-win” com os jornalistas.

Sócrates parte depois para o que chama a “exibição do abuso”, falando em “buscas televisionadas”. Para o antigo primeiro-ministro, às “buscas espectaculares” somam-se as “detenções antes de qualquer interrogatório, prisões para investigar” e “campanhas de difamação nos jornais”, que se traduzem em “menos direitos e garantias individuais”. Sócrates garante que foi assim no processo Face Oculta, na Operação Marquês que o envolve e, agora, no caso Lex. “Eles investigam, eles acusam e eles condenam… nas televisões”, sentencia.

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