Depois de, no ano passado, o grupo financeiro catalão CaixaBank ter passado a deter 84,5% dos direitos de voto do banco BPI na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre aquele banco português, a fundação “la Caixa” (dona da CaixaBank) deu esta quarta-feira o tiro de partida para iniciar a sua “obra social” em Portugal. O investimento, tal como já tinha sido anunciado, vai ser de 50 milhões de euros por ano em ação social no nosso país, com o objetivo de implementar vários programas de apoio a idosos e pessoas em exclusão.

“No quadro da entrada do BPI no Grupo CaixaBank, a Fundação Bancária ‘la Caixa’ inicia este ano a sua implantação progressiva em Portugal com o objetivo de contribuir para o bem-estar dos portugueses, especialmente daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade”, lê-se no comunicado de imprensa divulgado esta quarta-feira.

A apresentação das linhas mestras de atuação da fundação “la Caixa” em Portugal foi feita esta quarta-feira numa conferência com o diretor-geral da Fundação Bancária, Jaume Giró, e com o presidente honorário do BPI, Artur Santos Silva. “Hoje formalizamos o nosso plano de atuação para este ano, que é o resultado de meses de reflexão e preparação. Ouvimos, e vamos continuar a ouvir, os portugueses, as administrações públicas e as entidades sociais para contribuir, até onde estiver ao nosso alcance, para o progresso de Portugal e dos seus cidadãos”, disse Jaume Giró, na apresentação dos projetos, em Lisboa.

O investimento de 50 milhões anuais da fundação tinha sido anunciado em abril do ano passado pelo presidente Isidro Fainé, depois de um encontro que teve com o primeiro-ministro português, António Costa. “Fruto desta colaboração, Portugal converte-se no epicentro do compromisso internacional da Fundação Bancária ‘la Caixa’ que prevê alcançar um orçamento anual de 50 milhões de euros destinados à ação social em Portugal”, diria o BPI em comunicado nessa altura.

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O investimento na área social será feito em programas ligados à inserção no mercado de trabalho de pessoas em exclusão social (como o programa Incorpora), mas também em programas de apoio aos idosos (com atividades de desenvolvimento ativo) e de oferta de cuidados paliativos. De acordo com o comunicado divulgado esta quarta-feira, o plano diretor para Portugal em 2018 contempla quatro eixos: o eixo dos programas da fundação; o do lançamento de prémios destinados a apoiar projetos de entidades sociais; o eixo da gestão do orçamento, gerido através do BPI; e o eixo dos projetos especiais, onde se incluem projetos destinados a situações de emergência.

Entre os projetos próprios, a fundação “la Caixa” destaca não só o programa Incorpora, “destinado a fomentar a contratação de pessoas em risco ou em situação de exclusão”, como o programa de Atenção a Pessoas com Doenças Avançadas, “centrado no apoio a pessoas que se encontram no final da sua vida e no apoio aos seus familiares”.

Além do investimento em projectos sociais, a “la Caixa” terá também linhas dedicadas à investigação — com ênfase em área como as doenças oncológicas, neurodegenerativas e  cardiovasculares –, à educação e à cultura