O número total de mortos no desabamento de parte da lixeira de Hulene, em Maputo, subiu para 17, disse à Lusa, Leonildo Pelembe, porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública (Sensap).
“Temos 17 óbitos confirmados e outros 17 feridos em tratamento no Hospital Central de Maputo”, referiu aquele responsável às 17h00 em Lisboa. Entre os mortos estão, pelo menos, quatro crianças.
As operações de busca continuam, apesar de já ter caído a noite, e as autoridades “estão em alerta máximo” devido à instabilidade dos montes de lixo, que ameaçam continuar a ruir e a cair sobre habitações nas proximidades, referiu. Quem ainda por ali se encontra e nas proximidades tem sido retirado para outros locais.
A zona da lixeira que desabou na última madrugada, devido à forte chuva, tinha uma altura equivalente a um prédio de três andares.
A terra e lixo, parte do qual queimado ao longo de anos, abateram-se sobre cinco a sete casas precárias de quem, por falta de recursos ou para estar perto da lixeira de onde retira detritos para venda, optou por viver num local perigoso. Além das casas que foram destruídas, centenas de outras preenchem o espaço em redor.
Apesar de haver planos para instalação de um aterro na vizinha cidade da Matola, toneladas de lixo continuam a acumular-se diariamente na lixeira de Hulene, fazendo crescer os montes de resíduos que se acumulam de forma indiferenciada.
João Agostinho, diretor do Departamento de Salubridade do Município de Maputo, contou esta segunda-feira à Lusa, no local, que tem havido deslocação de residentes para Chiango, uma zona mais afastada da capital, mas vários acabaram por voltar para a zona de Hulene, apesar do perigo.
Além de problemas recorrentes com desabamentos na época das chuvas, a queima de resíduos costuma deixar o ar irrespirável, com riscos por avaliar para a saúde pública.
Agostinho reconheceu que a lixeira é “um cancro” devidamente diagnosticado e para o qual urge encontrar uma solução “definitiva”.