Será esta tendência do natural apenas uma moda ou estará o mundo moderno finalmente a acordar para estas questões? Se esta pergunta tivesse sido feita em 2005, quando Isabelle e Marco Pacchioni criaram, em família, a Puressentiel, talvez a palavra “moda” até se tivesse colocado em questão. Mas o mundo anda para a frente e nestas questões da vida, felizmente também anda para trás. Nunca antes se falou tanto da poluição, dos químicos e dos ingredientes tóxicos como agora. E nunca antes houve uma consciencialização tão grande da necessidade de pormos de lado as modernices e de abraçarmos alguma da ciência antiga.
Filha de um naturopata e de um herbalista, Isabelle Pacchioni cresceu no meio da consciência do que é natural é bom. E este amor pela saúde natural foi partilhada com o seu marido, Marco. Isabelle diz que sempre tratou os três filhos com os seus tratamentos à base de plantas, tal como havia aprendido com o seu pai. E quando surgiu a ideia de criar um negócio em família, a Puressentiel nasceu dos valores e do estilo de vida da família Pacchioni. De passagem por Portugal para apresentar a marca que está a ser, finalmente, implementada no nosso mercado, Isabelle disse ao Observador que quando criou a Puressentiel em 2005, o sucesso foi muito mais rápido do que alguma vez imaginou. “Começámos por ser pequenos no mercado mas, de repente, já éramos cada vez mais reconhecidos e hoje em dia somos os líderes da aromaterapia na Europa.” Depois de uma breve passagem por Portugal em 2012 onde testou sete produtos no nosso mercado, a marca integra-se finalmente com oitenta produtos que se vão vender nas farmácias e parafarmácias.
Tudo começou com um spray para a casa que hoje se vende a cada 10 segundos
Isabelle diz que a aromaterapia é o futuro da saúde natural. Explicando de forma simples, é uma terapêutica baseada na utilização dos óleos essenciais, com múltiplas propriedades, seja a título preventivo ou a título curativo. E esta não é a primeira vez que falamos de óleos essenciais. Em 2017, já tínhamos falado sobre os óleos para limpar a casa, para cozinhar, para a saúde, para a pele… E falámos sobre a poluição e o ar que respiramos dentro da nossa própria casa que é onde estão alguns dos maiores poluentes. O ar interior pode estar até cem vezes mais poluído que o ar exterior. E em 2005, Isabelle e Marco Pacchioni já estavam cientes desta realidade porque o primeiro produto que criaram foi exatamente um spray purificante para a casa que, treze anos depois, continua a ser o maior best-seller da marca.
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“Quando lançámos o nosso spray, não havia uma grande consciência de que o ar que respiramos dentro de casa pode ser, por vezes, mais poluído que o ar exterior e a fonte de tantos problemas e doenças. Mas na rua vemos a poluição, vemos as partículas, vemos o fumo e em casa não. O que pouco se sabia é que o ar dentro de casa tem um tipo diferente de poluição: são os fungos, os vírus, as bactérias e os ingredientes de tudo o que usamos em casa. Não os vemos mas estão lá. Há treze anos, as pessoas não tinham estes conhecimentos mas hoje a Organização Mundial da Saúde já diz que a poluição interior é a causa número um dos problemas respiratórios. Quando apanhamos gripe, por exemplo, não há nenhuma droga que a possa curar. Mas conseguimos amenizar os sintomas durante os dias em que dura a virose. Com os óleos essenciais podemos tratar o sistema imunitário, os sintomas e ainda as fontes das epidemias e das alergias. Este spray atua como prevenção e também melhora o nosso sistema imunitário, limpando o ar de casa e evitando a propagação de viroses, bactérias e limitando as fontes de contaminação”, explica Isabelle.
Desenvolvimento sustentável e embalagens ecológicas
Uma das maiores companhias de óleos essenciais do mundo — a americana Young Living — foi condenada no final do ano passado por tráfico ilegal de ingredientes raros e protegidos. Entre as várias violações dos recursos naturais de que foi acusada, a empresa transportou e destilou cerca de oitenta e seis toneladas de rosewood (conhecido como a árvore de jacarandá que dá o óleo de pau-rosa) que é atualmente o ingrediente mais traficado no mundo e, por isso, já raro, protegido e proibido em muitos dos países onde é colhido, como o Peru.
“Ao contrário da Young Living, desde o início quisemos desenvolver os produtos da forma mais natural e sustentável possível e respeitar o crescimento e a origem de todos os ingredientes”, refere Isabelle. E prova disso é que a Puressentiel implementou uma “Pure Quality Chart”, uma carta de qualidade intransigente que enquadra todas as etapas da vida de um produto: desde a seleção de matérias-primas até à fabricação e transporte do produto acabado. Esta carta também diz respeito, claro, à preservação da natureza como um todo em todas as fases da produção, às embalagens usadas e também ao trabalho humano durante a produção. A marca usa papel e cartão recicláveis com tintas vegetais e cumpre todos os standards do PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification), o maior sistema de certificação florestal do mundo.
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“Todos os materiais que usamos são reciclados — as embalagens, o plástico, o cartão, o alumínio — e durante todo o processo de fabrico dos produtos, usamos a nossa Pure Quality Chart para ter a certeza de que não há, por exemplo, trabalho infantil ou ingredientes vindos de fornecedores ilegais. E como muitos dos nossos ingredientes vêm de todos os cantos do mundo, como da China, de Madagascar e até de Portugal, quisemos sempre ter muito cuidado e responsabilidade. Fazemos auditorias antes de trabalhar com qualquer tipo de produtor, quinta ou destilação e certificamo-nos de que não há trabalho infantil, de que os trabalhadores são bem pagos e, para isso, fazemos contratos com todos os nossos fornecedores. Além disso, nós contratamos cerca de 60% dos nossos produtores directamente para que possamos conhecer todas as pessoas com quem estamos a trabalhar”, explica Isabelle.
Só em 2017 foram usadas 27 mil toneladas de matérias-primas vegetais, 180 toneladas de óleos essenciais e para produzir os cerca de 25o produtos que fazem parte da gama Puressentiel, foram usados 129 óleos essenciais diferentes comprados em todo o mundo.
Simplificar a aromaterapia com fórmulas já criadas e misturadas para os propósitos certos
A maioria das pessoas não sabe as diferenças entre os vários óleos essenciais e há ainda pouca educação até por parte dos profissionais de saúde. E Isabelle diz que a mais valia da Puressentiel é que é uma forma simples das pessoas tirarem partido da aromaterapia e dos óleos essenciais de forma segura. “Além de vir tudo escrito nas embalagens, desde os modos de utilização até à mistura de ingredientes, já foram feitos mais de 250 estudos de eficácia e tolerância exactamente para sabermos que todos os produtos Puressentiel são seguros. Nós conhecemos todos os óleos, todas as suas composições e todos os seus usos e, sabendo isso, sabemos exactamente como os combinar“, diz Isabelle.
E é importante saber que dentro de um próprio óleo, há várias composições. O Eucalyptus globulus (que a marca compra de Portugal) não tem a mesma composição do Eucalyptus radiata (que compra da Austrália). E Isabelle explica que os óleos que usam para as dores musculares não são os mesmos que usam para os problemas respiratórios, mesmo que pareça que é o mesmo ingrediente. A Rosemary Camphre que a Puressentiel usa nos produtos para os músculos não é a mesma Rosemary Cineole que usa nos produtos para os problemas respiratórios.
“Muitas pessoas ainda acham que a aromaterapia é como um tratamento de spa e que podem por gotas de óleos no banho e respirar o aroma. Não é bem assim… Como é chamado de óleo, as pessoas pensam que são como os óleos vegetais (e com esses não há riscos) mas os óleos essenciais são ingredientes poderosos que têm de ser usados com muito cuidado”, explica Isabelle.
Se alguém usar um óleo essencial que não é suposto ser aplicado na pele, pode queimar-se. Se inalar um que não suposto ser inalado, pode ter problemas respiratórios. E nem é preciso explicar os riscos da ingestão de óleos essenciais. “O maior problema é que há ainda uma má compreensão dos óleos essenciais. É o extracto mais poderoso que se pode fazer do meio natural e, como ainda não há um grande conhecimento, isso faz com que as pessoas ainda tenham medo dos óleos. Mas com os conselhos certos, fica fácil de usar”, diz Isabelle, explicando que todos os produtos Puressentiel fazem exatamente com que seja fácil usar a aromaterapia porque já são fórmulas criadas e misturadas para os fins certos.
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A gama Puressentiel em Portugal
Atualmente, a marca já tem mais de 250 produtos, assume-se como uma marca com soluções naturais para cuidar e de eficácia comprovada e a Portugal vão chegar, por enquanto, 80 produtos. Porquê Portugal? Isabelle explica que 55% da população portuguesa já está consciente da aromaterapia e isso é um bom começo para se implementar. Líder na Europa, um em cada dois franceses já reconhece a marca e na Alemanha a aromaterapia já é um complemento da medicina. A ambição é ultrapassar a homeopatia e tornar-se a marca líder no segmento de saúde natural.
Em Portugal vão estar à venda sete gamas de saúde natural: purificante, articulações e músculos, sistema respiratório, sono e relaxamento, anti-piolhos, insetos e bem-estar quotidiano. A estas gamas acrescenta-se o gancho “Aroma Expert” para quem quer já começar a trabalhar directamente com os óleos. Para isso, vão existir em Portugal 12 óleos essenciais (dos 48 que a marca já vende noutros países) e óleos vegetais (para diluir os essenciais).
“Quem quer começar diretamente nos óleos tem de saber como os usar”, defende Isabelle. “É preciso começar devagar, por exemplo primeiro com apenas cinco óleos, sabendo como os misturar e usar. Para Portugal vamos trazer inicialmente só 12 óleos mas com estes já se conseguem tratar quase 80% dos problemas comuns do dia a dia. Em França já temos os 48 óleos à venda mas as farmácias francesas já estão mais educadas para a aromaterapia. Precisamos também de formar as farmácias portuguesas para poderem dar os melhores conselhos aos utilizadores.”
Para os novos utilizadores, os óleos essenciais têm de ser misturados com uma base neutra (com óleos vegetais) para poderem ser utilizados. Assim, pode-se misturar qualquer óleo essencial com qualquer óleo vegetal (como óleo de coco, óleo de amêndoa ou de jojoga, por exemplo). Mas nunca com água. É por isso que não se adicionam gotas de óleo essencial ao banho. É preciso misturar antes com uma base que faça o óleo dissolver-se na água. “A forma mais fácil de começar a usar óleos essenciais é na pele. É até mais eficiente, já que os óleos penetram bem na pele”, explica Isabelle, acrescentando que se pode misturar uma gota de óleo essencial no creme para potenciar o seu efeito cosmético e destacando o óleo essencial de Immortelle e o óleo essencial de Gerânio.
Na fotogaleria, veja alguns dos produtos interessantes que podem ser integrados no seu dia a dia para os mais variados problemas. A Puressentiel já se encontra à venda em algumas farmácias e para-farmácias.