São startups, são portuguesas e estiveram no 4 Years from Now (“Daqui a quatro anos”), evento dedicado a novas empresas que decorreu em parceria com o Mobile World Congress, em Barcelona, o maior evento de smartphones do mundo. Foram sete as startups que fizeram parte da missão da Startup Portugal a Espanha. O que é que as levou a este evento? Ao Observador, uma palavra foi unânime para esta pergunta: “Networking“.

Tânia Barros é diretora de desenvolvimento comercial da Loqr (lê-se “ló-quer”). Em Barcelona, esteve a mostrar a investidores que visitaram o stand da Startup Portugal um serviço que quer facilitar as autenticações dos cidadãos em serviços digitais. “A nossa cultura é mobile first [primeiramente móvel], porque a emissão dos certificados está baseada em smartphones“, explicou Tânia Barros quando o tema foi o investimento que a startup fez para integrar a missão.

O investimento total para estar no 4YFN custa, a cada empresa, depois da comparticipação de 35% da Startup Portugal, “cerca de 1.500 euros”, explicou Marta Sousa Monteiro, responsável da delegação da Startup Portugal. Além de terem presença no stand da associação portuguesa, as startups podiam visitar o MWC e fazer parte de outros eventos promovidos pela associação.

Para Ricardo Martins, presidente executivo da Cloud Computing, “90% do trabalho é feito lá [nos pavilhões do MWC], 10 % é aqui [no pavilhão do 4YFN]. Apesar de fazer parte do MWC, o pavilhão do 4YFN está situado na Plaça d’Espanya, a 10 minutos dos pavilhões do MWC, na feira internacional de Barcelona (havia um autocarro de 10 em 10 minutos a ligar o eventos). “Eu estou nos dois eventos, aliás para o nosso objectivo o outro evento é muito mais importante”, conta ainda Ricardo Martins.

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“Aqui [no pavilhão do 4YFN] é mais newcomers à procura de investidores, enquanto no outro lado [nos nove pavilhões do MWC] é o lado mais orientado para venda”, explica Ricardo Martins, fundador da Cloud Computing.

Não é a primeira vez que o fundador da Cloud Computing esteve em Barcelona por ocasião do MWC, desde que a empresa que gere foi criada em 2010. “Este é o evento da mobilidade mundial e por norma vimos cá todos os anos porque temos de falar com parceiros”, explica. A startup especializa-se em vender software feito à medida das necessidades do cliente e associa-o aos meios móveis que sejam precisos. Com empresas como a Sonae, a EDP e a NOS como clientes, a Cloud Computing assume que também está no evento para “perceber como andam as modas no mercado da mobilidade e perceber em que é que se está a apostar”.

Além destas startups, outra empresas das que marcou presença no evento foi a My Didimo. A startup da argentina Verónica Orvalho que se instalou em Portugal, em 2017, esteve pelo primeiro ano no MWC. Como Ricardo Martins, Verónica passou mais tempo no MWC “porque era onde tinha mais reuniões marcadas”. Aproveitou a missão da startup Portugal porque “é importante não ir sozinho e a associação ajuda num estabelecimento de contactos e na organização”.

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Como explica Verónica e os outros empreendedores da delegação, o objetivo de fazer parte da missão foi alcançado: “consolidar parcerias com empresas com quem estamos a trabalhar e gerar novas parcerias”. Tanto o 4YFN e o MWC juntam os responsáveis de milhares de marcas tecnológicas de todo o mundo, sendo um momento em que várias empresas e startups nacionais aproveitam para mostrar a marca e reunir-se presencialmente com clientes e potenciais investidores.

A loja de de aplicações portuguesa Aptoide, apesar de estar ligada à delegação da Startup Portugal, investiu num stand próprio num dos pavilhões do MWC para mostrar, principalmente, a moeda digital criada pela empresa, as Appcoins. No MWC estiveram ainda outras empresas portuguesas, que aproveitarem o evento para consolidarem a presença da marca, como a TIMWE e a Iki Mobile, apesar de não estarem ligadas a esta delegação.

Mas porque é que foram estas startups a Barcelona?

“Muitas contactam-nos, mas também vamos à procura de muitas. O critério é uma empresa que está na fase de internacionalização”, explicou Marta Sousa Monteiro. O facto de a aposta da presença da delegação portuguesa se ter debruçado maioritariamente no 4YFN e não no MWC deveu-se a uma votação que a associação promoveu junto destas empresas no início de 2017. “Apesar de estarem ligados, o 4YFN teve mais votações que o MWC porque é mais adaptado para startups, mas no último dia [esta quinta-feira] estamos nos pavilhões do MWC”, explicou ainda a responsável da missão da Startup Portugal.

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Até ao final do ano, a Startup Portugal vai promover mais missões aos principais eventos de tecnologia internacionais para mostrar empresas portuguesas que se associem. A avaliação a associação que faz da presença neste evento, para já, é positiva: “as startups estão a fazer bons contactos, o networking está a funcionar”.

A palavra principal, como é comum nestes eventos, foi o networking. “Se forem espertos no momento adiciona-se ao investidor no Linkedin logo quando a conhecem”, explica Marta. Além da presença nos pavilhões as startups da delegação reuniram-se ainda com investidores espanhóis para promover as startups portuguesas.

As startups que fizeram parte da delegação portuguesa da Startup Portugal foram a Loqr, a Infinite Foundry, a Farfetch, a Mapidea, a My Didimo, a Cloud Computing e a Aptoide.