A exposição O Museu do Louvre em Teerão — Tesouros das coleções nacionais francesas abriu esta semana, no Museu Nacional do Irão, com uma seleção de 56 peças que marcam a história das coleções do museu francês. Naquela que o Louvre descreveu como a primeira grande exposição por um museu ocidental no Irão, a mostra reúne mais de cinco dezenas de peças de vários departamentos do museu mais visitado do mundo e do Museu Delacroix.
Os visitantes que marcaram presença durante a inauguração mostraram-se satisfeitos com a exposição, de acordo com relatos feitos à AFP. “É espetacular. Nunca acreditei que iria ver tais obras de arte na minha vida”, disse Mehdi, um jovem estudante de contabilidade. Por seu lado, o professor de música Kashayar Tayar considerou tratar-se de um “bom começo” e disse esperar mais exposições no futuro, que incluam obras de artistas iranianos.
As peças em exibição, correspondentes a diferentes épocas e civilizações, representam o “conhecimento da sociedade sobre outras culturas”, segundo referiu o diretor do museu iraniano, Yebrael Nokandeh, citado pela agência espanhola EFE. Por seu turno, o presidente do Louvre, Jean-Luc Martínez, afirmou que a mostra representa “a diversidade das coleções do museu” francês, desde a sua criação, em 1793, até às suas aquisições mais contemporâneas.
Como principais obras de arte romana, estão representadas na coleção, aberta ao público até 08 de junho, uma estátua de Minerva do século II e um busto em mármore do imperador Marco Aurélio, do ano 170. No centro de uma das salas do edifício, situado no centro de Teerão e desenhado pelo arquiteto francês André Godard, destaca-se uma esfinge egípcia do século IV a.C. A exposição inclui, também, relevos assírios do século VIII e VII a.C. e obras religiosas europeias, como uma figura da Virgem com o menino e uma Anunciação do século XVII, do pintor italiano Giovanni Batista Salvi, conhecido como “Sassoferrato”.
Os responsáveis pelos museus concordaram com a ausência de obras iranianas na mostra, sublinhando que o conceito da exibição é “mostrar outras culturas”. As peças foram também selecionadas com base nas diferentes técnicas, que vão desde a escultura à pintura e cerâmica. A coleção, em exibição nos departamentos de Antiguidades Orientais e Arte Islâmica do museu iraniano, celebra o acordo, estabelecido em 2016, entre o Museu do Louvre e a organização do Património Cultural do Irão.
No âmbito desta colaboração, o Museu do Louvre irá apresentar, na sua sede em Lens, uma exposição que representa a arte na dinastia persa Qajar do século XIX. Esta exposição surge após um longo período sem intercâmbios artísticos com o estrangeiro, devido às sanções internacionais que levaram ao isolamento do Teerão, finalizadas com o acordo nuclear assinado em 2015.