A impureza de Pureza /premium
A Igreja católica deve imitar a misericórdia do seu divino fundador para com os pecadores, mas também o seu enérgico repúdio do farisaísmo.
A Ordem dos Enfermeiros é contra o projeto de lei do Bloco de Esquerda sobre da morte medicamente assistida, dizendo que este "não apresenta maturidade para que possa ser analisado enquanto tal".
MARIO CRUZ/LUSA
A Ordem dos Enfermeiros foi a primeira entidade a enviar o seu parecer à Assembleia da República e é contra o projeto de lei do Bloco de Esquerda (BE) sobre da morte medicamente assistida.
O projeto de lei “não apresenta maturidade para que possa ser analisado enquanto tal”, lê-se no parecer da Ordem dos Enfermeiros, datado de 1 de março e remetido à Comissão de Assuntos Constitucionais, na qual está o diploma dos bloquistas antes do debate na generalidade, ainda sem data definida.
Para o órgão profissional dos enfermeiros portugueses, o “conceito de antecipação da morte por decisão da própria pessoa” ainda carece “de maturação” em Portugal, “à luz de um necessário e alargado consenso ético”.
Esta discussão não “pode sobrepor-se nem antecipar-se à necessidade de assegurar uma rede de cuidados paliativos e continuados eficaz”, lê-se ainda no texto.
A ordem considera ainda o projeto bloquista “muito redutor” porque centraliza o processo “num único profissional de saúde, o médico”, ignorando a intervenção de outros, como os enfermeiros, e alerta que a antecipação da morte pode ser “analisado e decidido por um médico assistente, sem qualquer relação quotidiana com o doente”.
No parecer, alerta-se ainda para a incoerência de o projeto prever que, no processo de antecipação da morte os enfermeiros atuem “desde que a sua intervenção decorra sob supervisão” dado que, no regulamento do exercício destes profissionais, “em momento algum da atuação dos enfermeiros atuam sob supervisão”.
A ordem recorda ainda que “é obrigação do enfermeiro exercer a sua profissão com respeito pela vida, pela dignidade humana e pela saúde e bem-estar da população”.
Em 7 de março, numa audição no parlamento, a bastonária da ordem, Rita Cavaco, mostrou-se “bastante favorável” ao projeto de lei do CDS-PP pela defesa dos direitos de doentes em fim de vida.
O BE e o PAN (Pessoas-Animais-Natureza) já entregaram os seus projetos de lei no parlamento e o PS promete fazê-lo até final do mês. O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) também anunciaram um projeto de lei próprio.
À direita, o PSD decidiu dar liberdade de voto, apesar de Pedro Passo Coelho, o líder em funções em 2017, ter prometido uma posição oficial e admitir todos os cenários, incluindo o do referendo.
Rui Rio, o novo presidente social-democrata, é, pessoalmente, favorável à despenalização da morte assistida, mas não é conhecida a posição da nova liderança.
O CDS-PP, liderado por Assunção Cristas, é contra o projeto de despenalização, e o PCP não tem ainda posição oficial.
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