Autor de uma extensa bibliografia, Stephen Hawking tem vários livros editados e publicados em Portugal, incluindo Uma Breve História do Tempo, uma das obras mais notáveis do físico britânico. Ao todo, são 17 os livros de Hawking editados em português.

Breve História do Tempo (Gradiva, 1988) tornou-se rapidamente um dos livros mais vendidos do mundo. A obra descodifica alguns dos mais insondáveis segredos do Universo, como a Teoria do Big Bang, os buracos negros, os cones de luz e a Teoria da Supercordas. A forma como os temas foram desenvolvidos, com a intenção de os tornar tendencialmente compreensíveis para o leitor comum, explica, em grande medida, o sucesso da obra.

O livro seria reeditado pelo menos três vezes: uma vez com ilustrações em A Breve História do Tempo Ilustrada (Gradiva, 1996); numa outra ocasião com atualizações dos capítulos originais com novas informações em Breve História do Tempo — Do Big Bang aos Buracos Negros (Gradiva, 2000); e em Brevíssima História do Tempo (Gradiva, 2005), já co-assinado por Leonard Mlodinow, em que os autores analisam algumas das mais recentes descobertas científicas ao mesmo tempo que procuram simplificar muitos dos conceitos científicos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Capa de Breve História do Tempo — Do Big Bang aos Buracos Negros (Gradiva, 2000)

O Fim da Física (Gradiva, 1994) foi publicado em Portugal com prefácio do físico Carlos Fiolhais. Na obra, Hawking debate o binómio religião-ciência e discorre, entre outros aspetos, sobre as implicações da fé na evolução civilizacional.

Escreveu Carlos Fiolhais: “Stephen Hawking é reconhecido internacionalmente como um dos génios do século XX. Ocupa na Universidade de Cambridge a cátedra que pertenceu a Newton e é, segundo a opinião geral, um forte candidato ao Nobel da Física. O presente volume reúne dois textos da sua autoria — um sobre o fim da física e outro sobre o fim do espaço-tempo — que, após o sucesso de Breve História do Tempo, também publicado pela Gradiva, merecem divulgação acrescida.”

Em Buracos Negros e Universos Bebés — E Outros Ensaios (Gradiva, 1994) Hawking mistura relatos autobiográficos e reflexões contemporâneas, analisando conceitos como o tempo, a estrutura da matéria e o futuro do Universo.

A obra A Natureza do Espaço e do Tempo (Gradiva, 1996) co-assinada pelo físico britânico Roger Penrose foi publicada em abril desse ano. Seis anos depois, chega O Universo numa Casca de Noz (Gradiva, 2002), onde Stephen Hawking volta a debruçar-se sobre buracos negros, viagens no tempo, a vida humana e o futuro da tecnologia — tentando, mais uma vez, descodificar alguns dos conceitos mais complexos da física. A obra foi distinguida com o prémio Avensis, o mais importante galardão para as obras científicas.

O livro contava com o prefácio de Jorge Buescu, atual presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática: “Uma das grandes diferenças da Casca de Noz em relação à austeridade da Breve História do Tempo está sem dúvida no fantástico grafismo. Metade do livro são figuras, mais ou menos artísticas, muitas vezes a cores. Elas ilustram, de forma simples mas arrebatadora, ideias científicas, equações, ou os próprios cientistas. Além de tudo o resto, o livro é uma explosão de luz e cor, quase uma obra de arte. Desta vez será difícil um leitor interessado pousar o livro. A edição portuguesa está em todos os aspectos ao nível da original: graficamente perfeita, com tradução, do físico Paulo Ivo Teixeira, absolutamente exemplar. (…) Hawking quis deixar, a todos nós, uma obra-prima. Na minha opinião, conseguiu.”

A partir de 2008, Stephen Hawking começou a publicar uma série de livros pensados com a filha Lucy, destinados ao público infantil: A Chave Secreta para o Universo (Editorial Presença, 2008), Caça ao Tesouro no Espaço (Editorial Presença, 2009), George e o Big Bang (Editorial Presença, 2012), George e o Código Secreto do Universo (Editorial Presença, 2017) e George e a Lua Azul (Editorial Presença, 2017). As histórias giram em torno de George, um jovem que explorador espacial que vai sendo confrontado com alguns dos maiores segredos do universo — mais uma vez, a preocupação central de Hawking e da filha é explicarem da forma mais acessível possível as grandes questões científicas.

Ao mesmo tempo, Hawking ia desenvolvendo as suas próprias obras científicas. Em Aos Ombros dos Gigantes — As Grandes Obras da Física e Astronomia (Texto Editora, 2010), analisa cinco obras que revolucionaram a ciência, descodificando os escritos de Copérnico, Galileu, Kepler, Newton e Einstein.

Capa de Aos Ombros dos Gigantes — As Grandes Obras da Física e Astronomia (Texto Editora, 2010)

Em O Grande Desígnio (Gradiva, 2011), co-assinado pelo físico norte-americano Leonard Mlodinow, Stephen Hawking discorre sobre a origem do universo e da própria vida, desafiando as barreiras entre a filosofia, a teologia e a ciência.

A primeira e única biografia chega com A Minha Breve História (Gradiva, 2014), uma obra descomplexada em que Stephen Hawking fala sobre as suas origens, a família e a doença que o paralisou quando tinha acabado de entrar na vida altura.

Capa de A minha breve história (Gradiva, 2014)

O Observador publicou um capítulo da obra em que o física recorda o momento em que descobriu a doença e o casamento com Jane.

A doença e o primeiro casamento, na ‘breve história’ de Hawking

Teoria de Tudo — A Origem e o Destino do Universo (Gradiva, 2017) foi o último livro de Stephen Hawking. Nesta obra, o físico responde, em sete lições, às dúvidas mais comuns sobre o universo. Hawking fala sobre a evolução das teorias do universo, desde Aristóteles a Hubble, explora a física moderna, as origens do universo, a natureza dos buracos negros ou os conceitos de espaço-tempo. É também nesta obra que tenta levantar questões sobre Teoria Unificada (em inglês Theory of Everything), uma teoria científica que pretende unificar, procurar explicar e conectar todos os fenómenos físicos (incluindo a mecânica quântica e a relatividade geral) num único tratamento teórico e matemático. A esse propósito, Hawking diria: “Se descobrirmos a resposta a esta questão, atingiremos o triunfo máximo da razão humana – porque então conheceremos a mente de Deus“.

Teoria de Tudo — A Origem e o Destino do Universo (Gradiva, 2017)