Os novos casos de tuberculose diminuíram a uma taxa média de 4,3% ao ano na região europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma tendência acelerada, mas insuficiente para acabar a epidemia até 2030, segundo um novo relatório.

Um novo relatório publicado esta segunda-feira pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) e a OMS para a Europa revela que o número de novos doentes com tuberculose diminuiu a uma taxa média de 4,3% ao ano nesta região. Esta tendência é insuficiente para acabar com a epidemia da doença até 2030, conforme está previsto na estratégia “stop tuberculose” e nos objetivos de desenvolvimento sustentável.

O ECDC e a OMS aproveitam o Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala sábado, e apelam aos líderes mundiais para que acelerem os esforços a fim de acabar com a tuberculose de uma vez por todas. O documento refere que, em 2016, registaram-se 58.994 casos de tuberculose em 30 países da região (o Liechtenstein não comunicou os dados).

“Não é suficiente caminhar para o fim da tuberculose, pois, por este andar, vamos chegar tarde para muitas pessoas. Precisamos de avançar e investir nos benefícios individuais e nos retornos sociais. O plano de ação da tuberculose para a região europeia da OMS (2016-2020) mostra que as medidas pouparão mais de três milhões de vidas e 48 mil milhões de dólares em cinco anos”, afirmou Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa.

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“Precisamos de renovar o compromisso político a todos os níveis para alcançar resultados tangíveis e imediatos que mudem e salvem a vida de todas as pessoas que sofrem de tuberculose hoje e garantam um mundo livre de tuberculose para os nossos filhos amanhã”, prosseguiu.

Para a diretora do ECDC, Andrea Ammon, “a vigilância sobre a tuberculose, mesmo em ambientes de baixa incidência, é importante face ao potencial ressurgimento desta doença que é transmitida pelo ar, especialmente tendo em conta o aumento da mobilidade populacional e das multirresistências.

“As novas tecnologias para ajudar a investigar os surtos transfronteiriços de tuberculose multirresistente, como a sequenciação do genoma integral, são fundamentais para reduzir a transmissão na União Europeia.

Em 2016, Portugal registou 18 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes. Nesse ano, 18% das ocorrências foram em nascidos fora do país, um aumento que levou as autoridades de saúde a desenvolver estratégias com outros organismos.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), a taxa de incidência (novos casos) de tuberculose em Portugal situou-se em 18 por 100 mil habitantes em 2016.