Lisboa ocupa a 38ª posição no ranking das cidades do mundo com mais qualidade de vida. A lista, elaborada pela consultora Mercer, inclui 231 cidades e é liderada há nove anos pela capital da Áustria, Viena.
Na 20ª edição do estudo anual Quality of Living da Mercer, Lisboa sobe cinco posições, promovida pela melhoria na classificação da categoria associada à baixa frequência de crimes na cidade. Com esta subida, a capital portuguesa consegue passar à frente de cidades como Paris (39º lugar), Londres (41º lugar), Milão (42º) e Barcelona (43º) e continuar a ter uma nota melhor do que Madrid (49º lugar) e Nova Iorque (45º lugar). O lugar relativamente modesto de Londres, por exemplo, é explicado por problemas persistentes que resultam do congestionamento de tráfego e da poluição do ar.
A ocorrência de ataques terroristas também é um factor avaliado na ponderação da qualidade de vida e terá sido por causa do ataque realizado em abril do ano passado na capital da Suécia que Estocolmo perdeu pontos, caindo três lugares para o número 25º, enquanto Oslo na vizinha Noruega foi promovida pelas mesmas razões que Lisboa, a segurança.
Outros dos aspetos que é muito valorizado é a capacidade de atrair talento e empresas, através do investimento contínuo em infraestruturas de alta tecnologia e na aposta em oferta e equipamentos culturais. Estes aspetos ajudaram a promover Munique para o terceiro lugar, logo a seguir a Zurique na Suíça.
O ranking continua a ser dominado por cidades europeias. Para a Mercer, é um sinal de que as incertezas geradas pelo Brexit, e até pela instabilidade política em alguns países, não têm afetado negativamente a capacidade de atração destes destinos, em particular para os expatriados, pessoas que se deslocam de país por razões de trabalho. Alemanha e a Suíça são os países com mais cidades no top 10.
As cidades com mais qualidade de vida
- Viena, Áustria
- Zurique, Suíça
- Auckland, Nova Zelândia e Munique, Alemanha
- Vancouver, Canadá
- Dusseldorf, Alemanha
- Frankfurt, Alemanha
- Genebra, Suíça
- Copenhaga, Dinamarca
- Basileia, Suíça
- Sidney, Austrália
Do outro lado desta lista estão as cidades com pior qualidade de vida, a maioria situadas em zonas de grande pobreza e conflitos ou mesmo guerras. No fundo está a capital do Iraque, Bagdad.
O ranking da qualidade de vida resulta de um estudo dos mais abrangentes e completos do Mundo, segundo a Mercer, que é elaborado todos os anos para ajudar as empresas multinacionais e outras organizações a serem competitivas, mas também justos, na compensação que dão aos seus colaboradores quanto os destacam para o estrangeiro em trabalho.
Para o presidente executivo da Mercer Portugal, Diogo Alarcão, fenómenos como o aumento da globalização e as alterações demográficas da força de trabalho, fazem com que a capacidade de atrair e reter pessoas seja um dos principais desafios para as empresas.
“Isto é tanto mais verdade se pensarmos que estamos a assistir a um fenómeno em que a força de trabalho é cada vez mais díspar, móvel, fortemente exposta ao digital e com necessidades e aspirações muito diferentes no que se refere à carreira, estilo de vida e, finalmente, onde e como quer trabalhar. É fundamental que as empresas considerem estes fatores na sua proposta de valor, quer para os seus colaboradores locais, como para os expatriados”, acrescenta.
O estudo Qualidade de Vida cobre mais de 450 cidades e desta vez foi também divulgado um ranking do saneamento, onde Lisboa ocupa um lugar mais modesto, 59º lugar, ainda assim melhor do que Barcelona, Londres e Roma. Esta lista é liderada por Honolulu no Havaí (Estados Unidos).