O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, considerou esta segunda-feira que não é irreal a estimativa dos mercados que apontam para uma primeira subida das taxas de juro na zona euro em meados de 2019.
Num discurso em Viena distribuído em Frankfurt, Weidmann sublinhou que primeiro se deve concluir o programa de estímulos, através da compra de dívida pública e privada, do Banco Central Europeu (BCE) sem que crie confusão ou rejeição dos mercados.
“Os mercados preveem uma primeira subida dos juros aproximadamente em meados de 2019, o que seguramente não é irreal”, afirmou o responsável do banco central alemão e membro do Conselho de governadores do BCE.
O BCE prevê continuar com o programa de compra de dívida no valor de 30 mil milhões de euros mensais, pelo menos até setembro deste ano, e indicou que a primeira subida de juros não ocorrerá até bastante depois da conclusão da compra de ativos.
Na última reunião do conselho em 8 de março último, contudo, o BCE eliminou do comunicado sobre política monetária a referência a que se a situação económica piorasse estaria “disposto a aumentar o programa de compra de ativos em termos de volume e ou duração”.
O abandono daquele compromisso foi interpretado pelos mercados como um sinal da redução gradual do programa de estímulos por parte do BCE.
Weidmann disse neste dia que o fim das compras de dívida é “só o princípio de um processo de normalização da política monetária de vários anos” e sublinhou que, “por isso, é tão importante começar rapidamente” com a conclusão do programa.
Mesmo assim, Weidmann indicou que a normalização monetária vai conferir ao BCE de novo uma maior margem de manobra para reagir a possíveis quedas conjunturais futuras, já que a atual reativação económica “não durará eternamente”. Weidmann é considerado um dos principais candidatos para suceder Mario Draghi na presidência do BCE, quando este concluir o seu mandato no outono de 2019.