“A prioridade imediata é evitar o risco de guerra”, avisou o embaixador russo na ONU, citado pela Reuters. Com a escalada das tensões em torno da Síria, e depois de Donald Trump garantir que “os mísseis” estavam “a caminho”, o Vassily Nebenzia defende que é preciso arrefecer os ânimos, já que os EUA estão a ter uma atitude “muito belicista”.
Questionado sobre se existe a possibilidade de um confronto entre os EUA e a Rússia, caso Washington intervenha na Síria em resposta ao presumível ataque químico deste fim de semana, o responsável disse que não se podem excluir quaisquer possibilidades. “Não podemos excluir quaisquer possibilidades, infelizmente, porque vimos as mensagens que estão a vir de Washington. As mensagens tinham um teor muito belicista”.
“A situação é muito perigosa”, afirma o responsável. “Eles sabem que nós estamos lá [na Síria], gostaria que houvesse um diálogo através dos canais apropriados, para evitar quaisquer evoluções perigosas para esta situação”.
Sem meias palavras: “O risco de uma escalada das tensões é mais complexo do que apenas a Síria, porque os nossos militares estão lá. Portanto a situação na Síria é muito perigosa”, concluiu.
Secretário da Defesa dos EUA teme que situação “fique fora de controlo”
James Mattis, o general reformado que se tornou secretário da Defesa da administração Trump, também admitiu o risco de que a situação possa entrar numa “espiral que a torne fora de controlo”.
A preocupação de Mattis foi transmitida numa reunião à porta fechada, na Casa Branca, noticiada pelo The New York Times. James Mattis começou por afirmar que ainda não há certezas sobre se realmente houve um ataque químico — ainda que tudo leve a crer que sim, notou. A hipótese de um ataque na Síria tem de ser ponderada à luz da ameaça de uma guerra generalizada, envolvendo os EUA, a Rússia e o Irão.
“Estamos a tentar evitar a morte de pessoas inocentes. Mas, ao nível estratégico, a questão é saber como é que evitamos que [as tensões] se agravem e fujam ao nosso controlo — se é que me percebem”, afirmou Mattis.
Poucas horas depois deste aviso, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, garantiu que ainda não foi tomada uma decisão sobre se os EUA vão ou não atacar a Síria, em resposta ao presumível ataque químico.