O Fundo Revita já disponibilizou mais de 4,3 milhões de euros para reconstrução de habitações e apoios a agricultores das áreas afetadas pelos incêndios de junho de 2017, sobrando apenas cerca de 90 mil euros dos donativos angariados. Segundo o terceiro relatório trimestral, publicado esta segunda-feira na página da internet deste fundo criado pelo Governo, os donativos angariados até 31 de março ascenderam a 4.396.900,05 euros, dos quais, “até à data, entre reconstrução de habitações e apoios a agricultores, o Fundo Revita já procedeu a pagamentos no montante total de 4.305.256,34 euros”.

Até ao final de março, o Fundo Revita recebeu o contributo de “60 entidades, com donativos em dinheiro, em bens e em prestação de serviços”, representando um valor total em dinheiro de 4,3 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 25 entidades doadoras e de cerca 600 mil euros angariados em doações monetárias nos últimos seis meses, já que o primeiro relatório trimestral indicava que até 30 de setembro aderiram 35 entidades, com um total em dinheiro de 3,7 milhões de euros

Das 60 entidades que já formalizaram a adesão ao Fundo Revita, 48 contribuíram com donativos em dinheiro, oito em espécie de bens móveis não sujeitos a registo e quatro em prestações de serviços, de acordo com os dados do terceiro relatório trimestral. Entre as entidades que doaram um maior valor monetário, até ao final de março deste ano, destacam-se o Governo da República Democrática de Timor-Leste, que fez a maior contribuição, no valor de 1, 2 milhões de euros [1.249.901,41 euros], o Banco Santander Totta e o Banco Europeu de Investimento, ambos com uma doação individual de 500 mil euros.

Além dos donativos em dinheiro [4,3 milhões de euros], o Ministério da Solidariedade e Segurança Social decidiu reforçar o financiamento do Fundo Revita em 2,5 milhões de euros, o que perfaz um total de 6,8 milhões de euros disponíveis para apoiar as populações e a revitalização das áreas afetadas pelos incêndios ocorridos em junho de 2017, nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.

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No âmbito das casas a recuperar e a reconstruir nos três concelhos afetados, mas também nos municípios adjacentes de Góis, Pampilhosa, Sertã e Penela, “foram atribuídos fundos para reconstrução de 265 casas de primeira habitação, das quais estão todas em andamento”, refere o terceiro relatório trimestral do Fundo Revita, avançando que existem “249 casas em fase mais avançada, nomeadamente 100 habitações com obra em execução e 149 já concluídas”.

O Fundo Revita está diretamente responsável pela reabilitação de “96 casas, com um perfil de intervenção mais exigente já que se tratam, na sua maioria, de reconstruções integrais”. No final de março deste ano, “94% destas casas encontram-se já em execução ou concluídas”, revelou o documento publicado esta segunda-feira. “A execução financeira é naturalmente mais faseada, encontrando-se pago, no que diz respeito a habitações, o valor total de 862.324,58 euros”, apurou o relatório.

O Conselho de Gestão do Fundo Revita decidiu aplicar parte dos donativos na “recuperação da atividade dos produtores agrícolas e da agricultura de subsistência, cobrindo por esta via os agricultores que sofreram prejuízos superiores a 1.053 euros e inferiores a 5.000 euros”, no âmbito dos incêndios de junho de 2017 nos concelhos de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Pedrógão Grande.

“Foram atribuídos e processados subsídios a 1.131 produtores agrícolas, no valor total 3.442.931,76 euros. Por esta via é dada resposta a necessidades devidamente identificadas, não cobertas por medidas de política pública dirigidas às áreas e população afetadas pelos incêndios, contribuindo de forma direta para o bem-estar das populações e a revitalização dos territórios atingidos”, indicou o terceiro relatório trimestral. Entre reconstrução de habitações e apoios a agricultores, “o Fundo Revita já procedeu a pagamentos no montante total de 4.305.256,34 euros”, apontou o documento, pelo que sobra apenas cerca de 90 mil euros dos donativos angariados.

Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, em junho, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.