O escritor norte-americano Andrew Sean Greer venceu o Prémio Pulitzer de ficção com o romance “Less”, sobre as aventuras de um idoso homossexual, considerado pelo júri um livro generoso, musical e expansivo, sobre a velhice e o amor.

“Um livro generoso, musical na sua prosa e expansivo na sua estrutura e alcance, sobre envelhecer e a natureza essencial do amor”, disse o júri, durante a atribuição dos Pulitzer, na segunda-feira à noite, na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

O livro de Andrew Sean Greer narra a vida de Arthur Less, um romancista fracassado prestes a fazer 50 anos, que sai da cidade para fugir ao casamento do seu ex-namorado, embarcando numa viagem de mudança de vida, à volta do mundo.

O Pulitzer é um prémio norte-americano que distingue os melhores projetos na área da composição musical, do jornalismo e da literatura. Em 2017, o Pulitzer de ficção foi para “The Underground Railroad”, do também norte-americano Colson Whitehead, sobre uma escrava em fuga, entretanto editado em Portugal pela Alfaguara, com o título “Estrada Subterrânea”.

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Ainda na literatura, o Prémio Pulitzer 2018 para drama distinguiu “Cost of living”, de Martyna Majok, um “trabalho honesto e original, que convida o público a analisar diversas perceções de privilégio e de conexão humana, através de dois pares de indivíduos incompatíveis: um ex-camionista e a sua ex-mulher recentemente paralisada e um jovem arrogante com paralisia cerebral e seu novo cuidador”.

Já a biografia galardoada com o Pulitzer deste ano foi “Prairie Fires: The American Dreams of Laura Ingalls Wilder”, escrita por Caroline Fraser, que traça um “retrato, profundamente investigado e elegantemente escrito, de Laura Ingalls Wilder, a autora da série ‘Little House on the Prairie’ [‘Uma casa na pradaria’], que descreve como Wilder transformou a história de pobreza, fracasso e luta da sua família num conto edificante de autoconfiança, amor familiar e perseverança”.

Na poesia, o Pulitzer foi para “Half-light: Collected Poems 1965-2016”, de Frank Bidart, que o júri considerou ser um “volume de ambição inflexível e alcance notável, que mistura longos poemas dramáticos com pequenas letras elípticas, construindo a mitologia clássica e reinventando formas de desejos que desafiam as normas sociais”.

Na categoria de História, Jack E. Davis conquistou o prémio com o livro “The Gulf: The Making of an American Sea”, “uma importante história ambiental do Golfo do México, que chama a atenção crucial para a 10ª maior massa de água da Terra, um dos ecossistemas marinhos mais diversos e produtivos do planeta”.

Na música, o grande vencedor foi o rapper Kendrick Lamar — que se tornou, assim, o primeiro artista de rap a vencer este prémio –, com o álbum “DAMN”, lançado em 14 de abril de 2017, “uma coletânea de músicas virtuosas unidas pela autenticidade vernacular e pelo dinamismo rítmico, que captam a complexidade da vida afro-americana moderna”.

Kendrick Lamar vence Pulitzer pelo álbum “DAMN.”

O Prémio Pulitzer de jornalismo — a mais alta distinção para esta categoria nos Estados Unidos — foi para os jornalistas do The New York Times e da The New Yorker, pela sua cobertura do caso Harvey Weinstein, que revelaram no início de outubro.

New York Times e The New Yorker ganham Prémio Pulitzer por reportagens sobre Weinstein

Os prémios Pulitzer distinguem o melhor jornalismo em jornais, revistas e sítios na Internet. Existem 14 categorias para reportagem, fotografia, crítica e comentário. Nas artes, os prémios são atribuídos em sete categorias, incluindo ficção, drama e música.

Os primeiros prémios de jornalismo foram atribuídos em 1917, incluindo um ao New York Tribune por um editorial sobre o primeiro aniversário do afundamento do navio Lusitânia, afundado por um submarino nazi. Também nesse ano, duas filhas da abolicionista Julia Ward Howe foram premiadas por uma biografia da sua mãe, numa altura em que as mulheres não podiam votar e o mundo literário era dominado por homens.