Os pilotos da companhia francesa Air France rejeitaram a proposta lançada na última noite pela direção para acabar com a greve, que inclui um aumento salarial imediato de 2%, com uma subida de até 5% em três anos.
O presidente do Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL), Philippe Evain, representante do principal agrupamento sindical de pilotos da companhia, sublinhou na emissora France Inter que a referida oferta é “inaceitável”.
“A greve não só se vai manter, mas até corre o risco de endurecer”, indicou Evain, para quem é impossível fazer crer que esse futuro aumento vá compensar a subida da inflação no passado. A direção da companhia aérea sublinhou na passada noite num comunicado que a proposta deverá ser votada até às 12h00 de 20 de abril.
Os trabalhadores reclamavam inicialmente um aumento salarial de 6% para compensar a perda de poder de compra devido à inflação nos últimos anos e esta segunda-feira baixaram para 5,1% para 2018. Assim, os sindicatos mantiveram a greve deste dia, que obrigou a cancelar 30% do programa de voos e as convocadas para quarta-feira e nos próximos dias 23 e 24 de abril.
A companhia precisou num comunicado que prevê garantir 55% dos voos de longo curso e 65% dos voos europeus com saída ou chegada no aeroporto de Charles de Gaulle em Paris e 80% dos voos domésticos. A companhia não afasta anulamentos pontuais e possíveis atrasos de última hora.
Segundo as estimativas, 29,6% dos pilotos faz greve, juntamente com 20,4% do pessoal de cabine e 12,4% dos trabalhadores de terra. A mobilização dos sindicatos do pessoal começou em fevereiro impulsionada por este pedido de um aumento salarial de 6% para compensar a perda de poder de compra devido à inflação nos últimos anos. Segundo os cálculos da Air France a greve já custou à empresa cerca de 170 milhões de euros.