A “falta crítica” de recursos humanos, infraestruturas insuficientes e dificuldade no acesso a cuidados de saúde são alguns dos principais problemas no combate ao VIH/Sida em Moçambique, afirmou esta quinta-feira o diretor do Conselho Nacional de Combate à Sida.

A discursar em Coimbra, num painel sobre o combate à epidemia do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), o diretor do Conselho Nacional de Combate à Sida (CNCS) de Moçambique, Francisco Mbofana, apontou para a falta de infraestruturas, falta de recursos humanos e dificuldade no acesso como alguns dos “grandes desafios” que o país enfrenta para combater a epidemia.

Francisco Mbofana notou que é necessário garantir formação de recursos humanos para tratar o VIH, além de mais recursos humanos. No entanto, notou, “apesar dos desafios, há progresso”, salientando que, desde 2011, o número de pessoas a serem tratadas aumentou.

“Só em 2017, 317 mil adultos” iniciaram-se no tratamento antirretroviral, vincou o diretor do CNCS, que falava numa das sessões do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que decorre em Coimbra, no Convento São Francisco.

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Francisco Mbofana estima que haja 2,1 milhões de pessoas infetadas no país, considerando que há que garantir que os cuidados de saúde e os testes do VIH “chegam aos que estão em alto risco”. Em 2017, foram aplicados “sete milhões de testes, mas só encontrámos 300 mil pacientes” com o vírus, constatou, referindo que o país não está a ser eficiente com os testes.

De acordo com o diretor do CNCS, é também necessário garantir uma resposta “financeiramente sustentável” para o trabalho feito nesta área. “Muito dinheiro vem para o país [para esta área], mas precisamos de usá-lo de forma mais eficiente”, frisou.

O encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que começou esta quinta-feira, reúne mais de 700 peritos, num evento em que o tema central é a saúde global dos países africanos.

Durante a reunião em Coimbra serão apresentadas comunicações por cerca de 120 oradores de mais de 40 países, distribuídos por mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias, que vão abordar temas como a mortalidade infantil, cuidados de saúde após conflitos armados, doenças infecciosas, alterações climáticas, medicina digital, reversão da disseminação da malária, migração e saúde e acesso a vacinas.