Os Direitos Humanos e o combate à discriminação são os temas centrais da 2.ª edição do Festival Política, que se inicia esta quinta-feira, em Lisboa, e cuja programação inclui concertos, debates e encontros com deputados da Assembleia da República.
Em 2017, esteve em foco a problemática da abstenção, na edição deste ano, que decorre até domingo no Cinema São Jorge, o assunto central são as questões da igualdade e da não-discriminação, de acordo com informação disponibilizada no site do festival.
Política. O festival que junta deputados em ‘speed dating’ com eleitores numa sexta-feira à tarde
A edição deste ano inicia-se, neste dia às 17h30, com o debate “A Lei é Racista?”, através do qual se pretende perceber se “a legislação portuguesa garante uma proteção eficaz contra o racismo e a xenofobia, porque razão quem nasce em Portugal não é automaticamente português ou se as instituições são eficientes a combater a discriminação no exercício de direitos por motivos baseados na raça, cor, nacionalidade ou origem étnica”.
A programação para este dia inclui a exibição de três curtas-metragens, “que pretendem refletir a relação entre artistas, criativos, políticos e direitos humanos”, e o concerto Compositores Exilados, pelo Quarteto de Cordas da Orquestra Metropolitana de Lisboa, “constituído por obras de compositores, Lopes Graça e Hindemith, cujas vozes foram ‘abafadas’ pelos respetivos regimes — o salazarista em Portugal e o nazi na Alemanha”.
A sessão oficial de abertura do festival está marcada para as 21h30 com a antestreia em Portugal de “A Morte de Estaline”, filme de Armando Iannuci, “cuja exibição foi proibida na Rússia e que relata de forma burlesca os conflitos entre o círculo próximo de Estaline após a sua morte, em Maio de 1953”. As atividades do Festival Política são de entrada livre.
Os encontros com deputados da Assembleia da República, a que a organização decidiu chamar “Cara a Cara com Deputados”, acontecem na sexta-feira ao final do dia. Sete deputados — André Silva (PAN), António Filipe (PCP), José Luís Ferreira (OS Verdes), José Manuel Pureza (Bloco de Esquerda), Sandra Pereira (PSD), Susana Amador (PS) e Vânia Dias da Silva (CDS-PP) — irão participar em “encontros imediatos, de cinco minutos, com os cidadãos para ouvir as suas propostas”.
Da programação fazem também parte a apresentação do projeto “Fado Bicha”, com Lila Fadista, na voz, e João Caçador, na guitarra, “que resulta da subversão e da experimentação”, a exibição de três filmes da temática LGBT, “com destaque para ‘Camel Toe’, de Alexandra Barbosa, que conta a história de Bruno, um jovem de 26 anos que se iniciou na cultura ‘drag’ do Porto, em 2015”, um ‘workshop’ de capoeira e o debate “Que papel para a comunidade cigana?”.
Durante os dias do festival estarão patentes no São Jorge a exposição “Libertador dispensado”, de Nuno Bettencourt e Ruy Otero, e a vídeo-instalação “Grândola RMX”, por João Meirinhos. O Festival Política insere-se na iniciativa “Abril em Lisboa”, da responsabilidade da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).