António Mexia reagiu pela primeira vez à investigação a Manuel Pinho, que terá recebido indevidamente fundos do Grupo Espírito Santo enquanto era ministro, e revelou que está “perfeitamente tranquilo”. Apesar de referir que não fala sobre o processo, o presidente executivo da EDP indicou esta quarta-feira que está disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento e reiterou o sentimento de tranquilidade.
António Mexia afirmou ainda que a EDP não beneficiou de “nenhuma renda excessiva” a propósito dos CMEC, os Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual. Em declarações aos jornalistas à margem de um evento no Convento do Beato, o presidente executivo da EDP garantiu que se trata de um “ideia errada” e que isso já foi “comprovado por entidades nacionais e internacionais”.
De recordar que o próprio António Mexia é arguido no caso que “tem como objeto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)”. Os designados CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de contratos de aquisição de energia. João Manso Neto, administrador da EDP e presidente da EDP Renováveis, João Conceição, administrador da REN e Pedro Furtado, diretor desta última empresa, também são arguidos no mesmo processo.
Esta é a primeira reação pública de António Mexia depois de o Observador ter noticiado em primeira mão as transferências mensais de 15 mil euros que Manuel Pinho recebeu da Espírito Santo (ES) Enterprises, o famoso saco azul do Grupo Espírito Santo (GES), enquanto foi ministro da Economia do Governo de José Sócrates entre março de 2005 e julho 2009. Uma nova suspeita que surgiu no âmbito do caso EDP onde se investigam alegados benefícios de cerca de 1,2 mil milhões de euros que terão sido concedidos à principal elétrica nacional e que já levaram à constituição de arguido de Ricardo Salgado pelo crime de corrupção. O ex-ministro da Economia, por seu lado, é suspeito da alegada prática de corrupção e participação económica em negócio no chamado caso EDP.
Caso EDP. Pinho recebeu meio milhão do GES quando era ministro. Ricardo Salgado vai ser arguido