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A vinda de Zuckerberg ao Parlamento Europeu em 4 pontos

Este artigo tem mais de 5 anos

Mark Zuckerberg foi a Bruxelas responder a eurodeputados. No final, os representantes eleitos queixaram-se que houve poucas respostas para muitas questões. Em 4 citações, leia o que aconteceu.

Mark Zuckerberg esteve esta terça-feira no Parlamento Europeu a responder a perguntas dos líderes partidários
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Mark Zuckerberg esteve esta terça-feira no Parlamento Europeu a responder a perguntas dos líderes partidários

Mark Zuckerberg esteve esta terça-feira no Parlamento Europeu a responder a perguntas dos líderes partidários

Não era obrigado a comparecer, mas Mark Zuckerberg, acabou por ir a Bruxelas depois da insistência de muitos eurodeputados, responder a perguntas na sequência do caso Cambridge Analytica (e com direito a livestream, em vez de ser “à porta fechada”, como inicialmente noticiado). Na conferência de líderes partidários europeus houve uma hora para fazer perguntas e apenas meia hora para as respostas do fundador do Facebook. A audição terminou com os eurodeputados a queixarem-se do pouco tempo despendido. Mas o presidente do Parlamento, Antonio Tajani, que pediu e presidiu a reunião, explicou as razões: “Foi assim que foi decidido. [Zuckerberg] não era obrigado a vir, não é um cidadão europeu”.

Na semana em que o novo Regulamento Geral para a Proteção de Dados passa a ser plenamente aplicável em todos os países da União Europeia — a lei que o presidente executivo utilizou como exemplo nas 10 horas em que respondeu a (quase) todas as perguntas dos representantes americanos — voltou-se a falar da segurança digital dos utilizadores do Facebook. Em quatro citações, leia o resumo do que aconteceu.

A reunião de Mark Zuckerberg no Parlamento Europeu

“Não temos feito o suficiente para garantir que estas ferramentas não são utilizadas para o mal. Peço desculpa por isso”

O The New York Times já tinha antecipado, e o presidente executivo e fundador do Facebook cumpriu. Mais uma vez, Mark Zuckerberg pediu desculpas pelos 87 milhões de perfis utilizados pela Cambridge Analytica indevidamente, desta vez aos cidadãos europeus.

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Depois dos ataques terroristas, dezenas de milhares de pessoas utilizaram as nossas ferramentas para dizer que estavam a salvo. Milhares de refugiados utilizam as nossas ferramentas para se manterem em contacto com as famílias. Mas não temos feito o suficiente para garantir que estas ferramentas não são utilizadas para o mal”, disse Mark Zuckerberg.

O fundador do Facebook assumiu que ainda “há mudanças a fazer”, além das duzentas aplicações que a plataforma já foram da rede social após o caso ter surgido. Estando no máximo órgão legislativo da União Europeia, deixou a garantia: “Vamos continuar a investir na Europa”, disse referindo os principais centros e escritórios que a empresa tem em solo europeu.

“A segurança [digital] não é um problema que se pode resolver”, mas pode-se minorizar o impacto

O presidente executivo do Facebook afirmou que, embora a inteligência artificial esteja a ajudar no controlo do Facebook, há “adversários que estão constantemente a evoluir”. Contudo, prometeu: “Vamos garantir que vamos estar sempre um passo à frente.” A futura ferramenta para se apagar o histórico de dados do Facebook foi mencionada, mas a solução passou pelas alterações que o novo Regulamento para a Proteção de Dados (RGPD) exige.

Outra das soluções, afirmou, passa pelas novas medidas implementadas, como pedir a todos os utilizadores para reverem as definições de privacidade. “Temos de dar às pessoas mais controlo. No cerne da nova legislação europeia para proteção de dados, há três princípios importantes: controlo, transparência e responsabilização”, disse Zuckerberg que quer utilizar estas novas regras para dar mais garantias não só aos cidadãos europeus, mas a todos os utilizadores da plataforma.

“Sem as redes sociais não havia Trump ou Brexit. Se calhar está horrorizado” – disse Nigel Farage a Mark Zuckerberg

Depois do testemunho inicial de Zuckerberg, seguiram-se as perguntas de todos os líderes dos partidos europeus. “Como é que o Facebook vai garantir que vai respeitar as novas normas europeias”, “foi a Cambridge Analytica apenas a ponta do iceberg” e “como está o Facebook a atacar as sofisticadas contas falsas”? Quando chegou a vez de Nigel Farage, líder do Grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta, que foi uma das caras do Brexit, as questões viraram para outro sentido.

“Quem decide o que é aceitável [no Facebook]?”, disse o político britânico, questionando Mark Zuckerberg. Farage argumentou que a censura da plataforma é arbitrária. Em resposta, o fundador da maior rede social do mundo prometeu: “Nunca vamos banir pessoas da plataforma independentemente da opinião política”

“Vou garantir que vos damos desenvolvimentos quanto a essas questões”

Já passava da hora final da reunião e Mark Zuckerberg afirmou: “Quero ser sensível quanto ao tempo, porque já o ultrapassámos em 15 minutos”. O comentário não agradou a alguns representantes europeus, que insistiram com questões que ficaram por responder. “Qual é o concorrente do Facebook”, ouviu-se na sequência de a plataforma ser considerada um monopólio. “O Facebook cruza dados de utilizadores com o Whatsapp”, uma questão que já levou, na União Europeia, a empresa ser sancionada com uma multa de mais de cem milhões de euros.

A tudo o que ficou por responder, o presidente executivo da americana utilizou a frase que já tinha utilizado no Congresso Americano, quando não desenvolveu algumas respostas: “Vou garantir que vos damos desenvolvimentos quanto a essas questões”. A resposta não agradou, levando o presidente do Parlamento a terminar a rápida reunião, afirmando que era o que tinham combinado.

O momento em que Antonio Tajani responde aos jornalista após a reunião

Na conferência de imprensa após a reunião, Antonio Tajani garantiu que Zuckerberg vai entregar, por escrito, resposta à perguntas que ficaram por responder. Contudo, depois de 10 horas no Congresso americano a responder a questões, uma hora e meia no Parlamento Europeu acabou por não ser o suficiente para Zuckerberg responder aprofundadamente às perguntas que foram feitas pelos eurodeputados.

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