O ministro da Defesa revelou que Portugal é, até esta terça-feira, o único país candidato a acolher o Centro Multinacional de Treino de Helicópteros da Agência Europeia de Defesa (AED), propondo como local a Base Aérea de Sintra. Até hoje, a candidatura de Portugal “é a única consolidada”, o que significa que o país soube “convencer” os restantes “aliados” que fazem parte da AED de que é uma “solução boa” para a instalação do centro, disse José Azeredo Lopes.
O ministro falava aos jornalistas na Base Aérea n.º 11, em Beja, onde assistiu a uma operação da edição deste ano do maior exercício de helicópteros da Europa, o “Hot Blade”, que arrancou no passado dia 9 e termina na quarta-feira, inserido no programa de exercícios com helicópteros da AED. José Azeredo Lopes lembrou que a AED quer instalar um Centro Multinacional de Treino de Helicópteros no continente europeu e frisou que Portugal mostrou “imediatamente” e “há mais de um ano e meio” disponibilidade e vontade para acolher a infraestrutura na Base Aérea nº. 1, em Sintra.
Segundo o ministro, “à luz da distribuição de capacidades e forças da Força Aérea Portuguesa”, a Base Aérea nº. 1 foi a escolhida por ser a infraestrutura que tem “as características mais adequadas” para e onde faz “mais sentido” instalar o centro. “Agora, resta esperar pela tomada de decisão da AED”, disse, referindo tratar-se de “um processo que vai demorar algum tempo”.
Também em declarações aos jornalistas, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), general Manuel Teixeira Rolo, disse que o que, atualmente, deixa o Governo e a FAP “muito satisfeitos” é que a candidatura de Portugal “tem imenso potencial”. Portugal é “o país que melhores condições ofereceu” à AED e, portanto, “é expectável” que a candidatura portuguesa “tenha sucesso” e seja possível instalar o centro na Base Aérea nº. 1, em Sintra, frisou o general.
Segundo o CEMFA, a escolha da Base Aérea nº. 1 “tem uma razão de ser”, ou seja, “este tipo de centros, normalmente, tem que estar próximo o mais possível das capitais dos países por questões logísticas”. No entanto, frisou, “a razão principal” prende-se com o facto de a Força Aérea Portuguesa prever colocar os seus helicópteros na Base Aérea nº. 1, no âmbito da reconfiguração do seu dispositivo, devido à necessidade de retirar esquadras da Base Aérea n.º 6, no Montijo, onde se prevê construir um novo aeroporto.
“Se os helicópteros ficarem em Sintra faz todo o sentido que o centro esteja em Sintra, essa é a razão principal”, afirmou o general, referindo que o processo de escolha do local para a instalação do centro “está a decorrer na AED” e “tem de reunir o consenso de todos os países que fazem parte” da agência. Segundo o CEMFA, “está estimado” que “possa haver uma decisão” da AED sobre a matéria “no final deste ano” e “depois dar-se-á início à construção do centro”.
“Se tudo correr bem”, disse o general, a AED estima que a capacidade inicial de operação (“initial operational capability”) do centro “acontecerá em 2021” e a capacidade final de operação (“final operational capability”) em 2022. “Estes são os prazos que a AED está a conformar” e aqueles que a FAP considera “razoáveis” para que “tudo aconteça” e “se poder construir e consolidar” o centro, disse o CEMFA.
Atualmente, “não existe” um centro multinacional de treino de helicópteros no formato pretendido pela EAD, explicou o general, referindo que existe um centro de simuladores em Inglaterra, “onde os países normalmente fazem os seus treinos e a simulação”. De acordo com o CEMFA, o que Portugal propõe é a instalação do “centro de treino em si, com o seu ‘staff’ e os instrutores”, na Base Aérea nº. 1, e depois “ter também acoplado o edifício de simuladores, onde o treino seria complementado com simuladores”.