A Mesa da Assembleia-Geral (MAG) do Sporting voltou esta sexta-feira a acusar, através de um comunicado, o Conselho Diretivo do clube de adulterar a ata da reunião de segunda-feira, dizendo que o órgão liderado por Bruno de Carvalho tentou obrigar “os membros dos outros órgãos sociais a assinar uma suposta acta da reunião anterior (21 de Maio), sem qualquer correspondência com o que ocorreu no decurso da mesma”.

No encontro desta quinta-feira, Bruno de Carvalho começou por ler a ata da reunião de segunda-feira, mas os membros membros demissionários da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar recusaram assinar por, na sua ótica, não corresponder ao que se passara.

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Este cenário foi depois confirmado pelo presidente da Mesa da Assembleia-geral em declarações ao Expresso: “Quis que assinássemos a ata da reunião anterior, só que era a ata Bruno de Carvalho, onde estavam as coisas que ele tinha dito e também as que não tinha dito”.

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No texto, a MAG do clube diz que lamenta ainda “as ameaças e o ambiente intimidatório criado a que foram sujeitos os seus membros e membros demissionários do Conselho Fiscal e Disciplinar nas próprias instalações do Clube”. O comunicado pode ler-se também que o MAG propôs a demissão do Conselho Diretivo, permitindo, no entanto, que este órgão se mantivesse em funções até novas eleições, a realizar no dia 2 de setembro.

Leia o comunicado na íntegra:

“1) Para a Mesa da Assembleia Geral é inequívoca a situação de profunda instabilidade e crescente divisão que atingiu o Clube e a necessidade de, o mais rapidamente possível, repor a normalidade e a coesão do mesmo, e considera também que apenas os Sócios têm plena legitimidade para apurar a responsabilidade por esta situação e determinar a solução mais adequada para os destinos do Clube. 

2) A Mesa da Assembleia Geral não pode ignorar os inúmeros pedidos de sócios, correspondentes a milhares de votos, para a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária para destituição do Conselho Directivo. 

3) Importa assinalar que a Mesa da Assembleia Geral apresentou ao Conselho Directivo uma solução que teria permitido a sua continuidade em funções até novas eleições, a realizar na data de 2 de Setembro de 2018, solução que teria evitado qualquer hiato na gestão do Clube e mais teria contribuído para limitar os danos resultantes da situação de instabilidade criada nos últimos meses. 

4) A Mesa da Assembleia Geral constatou a insistente rejeição por parte do Conselho Directivo dessa solução, o que obriga à realização de uma Assembleia Geral Extraordinária visando a destituição dos membros do Conselho Directivo. Esta é a solução que mais respeita a vontade dos Sócios e mais rapidamente pode reestabelecer a normalidade no e do Clube, à luz do comportamento do Conselho Directivo e a sua reiterada oposição a qualquer outra das alternativas sugeridas pela Mesa da Assembleia Geral. 

5) A Mesa da Assembleia Geral lamenta profundamente o comportamento do Conselho Directivo, incluindo a tentativa de obrigar os membros dos outros Órgãos Sociais a assinar uma suposta acta da reunião anterior (21 de Maio), sem qualquer correspondência com o que ocorreu no decurso da mesma. A Mesa da Assembleia Geral lamenta também profundamente as ameaças e o ambiente intimidatório criado a que foram sujeitos os seus membros e membros demissionários do Conselho Fiscal e Disciplinar nas próprias instalações do Clube. Estes factos são inaceitáveis e não correspondem à História do Sporting Clube de Portugal. A Mesa da Assembleia Geral continuará sempre a agir no sentido de respeitar essa mesma História e promover sempre a união entre todos os verdadeiros Sportinguistas. 

6) A Mesa da Assembleia Geral reitera aos Sócios que continuará a agir em prol dos superiores interesses do Clube, sempre com toda a independência e imune a qualquer tipo de pressão. 

Lisboa, 25 de Maio de 2018 

A Mesa da Assembleia Geral”