Agora já pode pagar a subscrição do iTunes, do Netflix, do Spotify e as viagens Cabify ou Uber com Multibanco. A PayPal, a empresa que gere o sistema de pagamentos homónimos, adicionou a possibilidade de fazer pagamentos recorrendo ao Multibanco ou à conta bancária do dia-a-dia. A nova funcionalidade “traz a possibilidade de os consumidores poderem pagar com Multibanco não só em Portugal mas também em mais de 19 milhões de comércios em todo o mundo” que já aceitam PayPal, explica Miguel Fernandes, diretor da companhia em Portugal.
A partir desta terça-feira, os utilizadores ativos do PayPal em Portugal — que eram 700 mil no início do ano — podem usar a sua conta com quatro modalidades: usando o cartão de débito ou de crédito registado na conta, carregando o saldo com uma referência Multibanco ou através de um débito direto na sua conta bancária do dia-a-dia.
Embora não divulgue os objetivos de crescimento, Miguel Fernandes observa que as novas funcionalidades abrem um potencial enorme. “Crescemos 40% [em número de utilizadores ativos portugueses, nos últimos três anos] sem o Multibanco, o sistema de pagamento mais usado em Portugal”, revela o diretor da PayPal. O limite, diz, são os 3,5 a 4 milhões de portugueses que fazem compras eletrónicas.
Segundo o último relatório sobre comércio eletrónico dos CTT, que teve por base entrevistas a consumidores, o PayPal foi o método de pagamento mais usado nas compras eletrónicas dos portugueses em 2017. Ultrapassou, nesse ano, a opção por referência Multibanco. Um em cada cinco consumidores usou PayPal nas suas compras eletrónicas no ano passado, mostra o estudo dos CTT.
Vantagens também para os comerciantes
A opção de pagamento recorrendo ao Multibanco e à conta bancária também é positiva para os comerciantes que aceitam PayPal, porque as operações são tão rápidas como com os cartões de débito e de crédito, explica Miguel Fernandes. O diretor da PayPal para Portugal calcula que haja “dezenas de milhares de comércios [em Portugal] que já aceitam PayPal”, salientando que não estão restritos a lojas exclusivamente na Internet. A operadora de telecomunicações Vodafone, a fornecedora de energia Endesa e a Emel, que gere os estacionamentos na cidade de Lisboa, aceitam pagamentos por PayPal, exemplifica Miguel Fernandes.
Os utilizadores não são alvo de comissões nas suas operações, o que inclui pagamentos e transferências entre contas PayPal. Os comerciantes pagam uma comissão que começa em 35 cêntimos por operação adicionados de 3,4% do montante da transação, mas que desce consoante o volume mensal. No mínimo, para as organizações sem fins lucrativos e para os negócios que faturam mais de 100 mil euros por mês via PayPal, a comissão é de 35 cêntimos mais 1,9% do montante.
Não é a primeira vez que a PayPal inclui um sistema de pagamento nacional na sua plataforma, revela Raimundo Sala, diretor-geral da PayPal para a Ibéria. Para os utilizadores dos Países Baixos, a PayPal dá acesso ao iDEAL, por exemplo.
Próximo passo: lojas físicas
Embora não divulgue datas, Raimundo Sala confirma que a chegada dos pagamentos PayPal às lojas físicas está nos planos, recordando a compra, há menos de duas semanas, da iZettle. A norte-americana PayPal Holdings, que controla a luxemburguesa PayPal (que atua em Portugal no regime de livre prestação de serviços, segundo o Banco de Portugal), pagou 2,2 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de euros) pela companhia sueca que desenvolve sistemas de pagamento para lojas físicas de pequenas e médias empresas.
Antes da aquisição da iZettle, a PayPal já tinha entrada no mercado de pagamentos presenciais com o PayPal Here, que funciona num conjunto reduzido de países, como os Estados Unidos da América e Hong-Kong.
Em 2017, a PayPal processou pagamentos e transferências no valor de 380 mil milhões de euros. No final desse ano, tinha 237 milhões de utilizadores ativos em todo o mundo.