Livros de ficção

A Tinta-da-China vai lançar Obra Perfeitamente Incompleta, de José Sesinando. Editado por Abel Barros Baptista e Luísa Costa Gomes, o volume reúne as obras Olha, Daisy, Heteropsicografia, e Obra Ântuma, que Sesinando (pseudónimo do escritor, ensaísta, crítico, tradutor e humorista José Palla e Carmo) apresentou na contracapa da primeira edição da seguinte forma: “Cadência fortemente sugestiva, encadeamento complexo das imagens, autêntico sortilégio verbal, riqueza expressiva reveladora de uma vincada personalidade — nada disso, infelizmente, se encontra na obra de José Sesinando”.

A Antígona vai continuar com a publicação das obras de Eduardo GaleanoAs Palavras Andantes — “livro mágico, unido pelo tema da viagem”, com gravuras de J. Borges, inspirado em lendas urbanas e na mitologia sul-americana, — e Espelhos – Uma História Quase Universal — “uma volta ao mundo em 600 contos”, segundo o próprio autor — saem neste mês de junho.  A Quetzal vai editar O Centro do Mundo, a estreia no romance da jornalista e colunista do Expresso Ana Cristina Leonardo, Babilónia, de Yasmina Reza, e Rimas, de Francesco Petrarca (tradução de Vasco Graça Moura).

A E-Primatur vai reeditar mais um livro de José Vilhena, Dicionário Cómico. Publicado originalmente em 1963, é um “volume muito ilustrado que revela também o enorme talento do ilustrador”. Pela mesma editora vai ainda sair Miguel Strogoff, de Jules Verne, há muito esgotado em Portugal, o segundo volume das Obras Completas de Mário-Henrique Leiria, que reúne toda a poesia, maioritariamente inédita (com organização, introdução e notas de Tania Martuscelli) e A casa sombria, de Charles Dickens (com prefácio de Chesterton e ilustrações de Hablot K. Browne). A Bookbuilders vai editar O Sobrevivente, do primeiro romance do ator e dramaturgo Álvaro Faria, e A Preto e Branco, de um livro de micro-contos ilustrados de Cláudia Clemente.

A E-Primatur vai lançar, neste mês, o segundo volume das obras completas de Mário-Henrique Leiria, dedicado à poesia (maioritariamente inédita)

A Relógio d’Água vai publicar uma nova edição de O Banquete, de Platão (com ilustrações de Maria Helena Vieira da Silva), As Farpas, de Eça de Queiroz (com organização de Maria Filomena Mónica, que lançará ainda este mês pela mesma editora Nunca Dancei num Coreto), Quinta Estação, da norte-americana N. K. Jemisin, Vidas Escritas, de Javier Marías, Ternos Guerreiros, de Agustina Bessa-Luís, e A Terra de Naumãn, de H. G. Cancela. Pela Gradiva vai sair A Misteriosa Chama da Rainha Loana, de Umberto Eco. A Caminho vai lançar Há Gente em Casa, um livro de poesia de Ondjaki.

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A Guerra & Paz vai editar o romance Obras do Diabinho da Mão Furada, de António José da Silva (conhecido como “o Judeu”), Conselhos às Malcasadas (as malcasadas  são todas as mulheres casadas e algumas solteiras), de Fernando Pessoa, O Livro de Cesário Verde e Poesias Dispersas, A Rosa do Adro, de Manuel Maria Rodrigues, e Palavras Cínicas, de Albino Forjaz de Sampaio. Além destes, a editora vai fazer chegar às livrarias portuguesas dois volumes dedicados às histórias tradicionais portuguesas — Contos Tradicionais Portugueses e Piadas à Portuguesa –, que vão estar à venda a partir de dia 5.

Pela Bertrand vai sair O Trono de César, de Steven Saylor, e Guerra, um conto de Janne Teller. A Dom Quixote, por seu turno, vai editar Lealdade, de Letizia Pezzali, e O Homem das Cavernas, de Jørn Lier Horst. O Gene da Atlântida, de A.G. Riddle, vai sair pela Lua de Papel. A Livros do Brasil vai editar A leste do paraíso, um dos grandes romances de John Steinbeck, e a Porto Editora Do outro lado, o novo “thriller judicial” de Michael Connelly.

A Assírio & Alvim vai lançar uma nova edição de A educação do estoico, do Barão de Teive (heterónimo de Fernando Pessoa, cujo 130º aniversário se assinala a 13 de junho)

Já a Assírio & Alvim vai acrescentar dois novos títulos à coleção “Pessoa Breve”: Sobre a arte literária, um livro de reflexões sobre a literatura e outras artes, e uma nova edição de A educação do estoico, do Barão de Teive. Pela mesma editora vai ainda sair À sombra da memória, que reúne discursos, prefácios a alguns livros, notas em catálogos de exposições e outros dispersos de Eugénio de Andrade. Esta reedição (o livro foi publicado originalmente em 1993) conta com um posfácio de Gonçalo M. Tavares. Pela Planeta vão sair dois romances históricos, As Janelas do Céu, de Gonzalo Giner, e Três Irmãs, Três Rainhas, de Philippa Gregory.

A Sextante — que recebeu recentemente um “novo sopro” — vai publicar As Barbas do Profeta, de Eduardo Mendoza. “Baseado nas suas lembranças e na convicção de que uma sociedade se explica melhor se não se desvincula dos seus mitos fundacionais, Eduardo Mendoza revisita aqui algumas passagens centrais do Velho e do Novo Testamentos, e ao fazê-lo, sem nunca perder o fio da narrativa, reflete sobre os anjos, a crença e a incredulidade, a moral e a ética, e sobre como a arte tratou destes assuntos”, refere a editora.

Os Meninos da Camorra, do italiano Roberto Saviani (autor do bestseller internacional Gomorra), vai sair pela Alfaguara já no dia 5. A editora vai ainda lançar, em junho, Laços, de Domenico Starnone, “um romance sobre as forças subterrâneas do amor”. A Elsinore vai editar Refugiados, um volume de contos escritos ao longo de 20 anos por Viet Thanh Nguyen (vencedor do Prémio Pulizter em 2017) e Uma Odisseia: Um Pai, um Filho e uma Epopeia, de Daniel Mendelsohn. Pela Topseller vão sair Amatka, de Karin Tidbeck, e O Pântano dos Sacrifícios, de Susanne Jansson.

Livros de não-ficção

No mês em que se assinalam os 130 anos do nascimento do poeta Fernando Pessoa, a Tinta-da-China vai publicar Ler Pessoa, de Jerónimo Pizarro. Neste livro, o pessoano “ilumina” a “galáxia Pessoa: da obra múltipla que constitui o Livro do Desassossego ao labor de Caeiro, o engenho de Campos e a coerência de Reis, passando pelo génio de tantos outros autores fictícios. Pessoa procurou ser ‘toda uma literatura’, e Ler Pessoa é um tributo a esse universo”, pode ler-se no site da editora. Ainda este mês, a Tinta-da-China vai lançar O Censor Iluminado. Ensaio sobre o pombalismo e a revolução cultural do século XVIII, que marca o regresso à historiografia de Rui Tavares. A Relógio d’Água vai editar Caos e Ritmo, de José Gil.

A Temas e Debates guardou para junho a publicação de Breve História da Europa — Da Grande Guerra aos Nossos Dias, de Raquel Varela. O livro chega às livrarias logo no dia 1. Além deste, a editora vai ainda lançar Ministros do Diabo, de Carlos A. Moreira Azevedo, e General Loureiro dos Santos, de Luísa Meireles. Pela Bookbuilders vai sair, pela primeira vez num só volume, Portugal Contemporâneo, de Oliveira Martins. “Uma obra fundamental em termos de historiografia que surge numa edição revista e anotada com referências esclarecedoras para o leitor contemporâneo; mas uma obra que é, igualmente, um importante estudo da mentalidade lusa e que traça as bases de muito do que constitui a base da nossa sociedade actual”, refere a editora.

A 19 de junho, vai sair pela Dom Quixote O Fundo da Gaveta, de Vasco Pulido Valente, “uma descrição brilhante do Portugal oitocentista e uma poderosa metáfora do nosso país”. O livro sobre a Monarquia Constitucional portuguesa vai ser apresentado mais perto do final do mês, a 28 de junho, na Livraria Leya na Buccholz, em Lisboa. Neste mês, a Dom Quixote vai ainda editar O Nosso Avó Foi à Guerra, de Clemente e Nuno Rogeiro. O livro conta a história de Joaquim Simões Costa “um dos primeiros militares a entrar nas trincheiras, na primeira linha, face ao inimigo, em Ferme du Bois”, de acordo com a editora. Apesar de ter terminado a Primeira Guerra Mundial como tenente do Exército Português, foi ainda como sargento que se recusou a obedecer a uma ordem de retirada, resistindo durante mais uma hora para dar tempo à entrada da artilharia. Por causa disso, a 13 de junho de 1917, ficou gravemente ferido.

Uma das apostas da Bertrand para este mês de junho é a edição do diário de Virgina Woolf, escrito entre 1915 e 1926

A Bertrand vai publicar Diário – 1915-1926, de Virgina Woolf, A Queda do Ocidente, de Kishore Mahbubani, e Portugal em Chamas — Como Resgatar as Florestas, de João Camargo e Paulo Pimenta de Castro. Este último “analisa o passado, alerta para a repetição de erros no presente e projeta o futuro com políticas alternativas que visam garantir a viabilidade do interior do país e das florestas”, procurando combater “a falácia da inevitabilidade e a perigosa ilusão de obter resultados diferentes com as mesmas políticas”, de acordo com a editora.

Pela Oficina do Livro vão sair dois livros sobre futebol: Do Sonho À Vitória, do jornalista António Tadeia, sobre os “segredos da liderança de Fernando Santos”, e Memórias da Nação Valente, que reúne as crónicas de todos os jogos que a Selecção Nacional disputou nos seis campeonatos do Mundo. A organização deste último é de Afonso de Melo (que assina alguns dos textos), mas há crónicas da autoria de Manuel Alegre, João Rebocho Pais e até Pepetela. A Gradiva vai publicar Os Anos Trump — O mundo em transe, de Eduardo Paz Ferreira, e O Primeiro Ranger Português, do  Major-General Rodolfo Begonha.

O Archote no Ouvido: História de uma Vida 1921-1931, a autobiografia de Elias Canetti, chega às livrarias a 18 de junho, com chancela da Cavalo de Ferro. Antes disso, no dia 4, a Vogais vai publicar O Carisma de Hitler: O Homem que Liderou Milhões até ao Abismo, de Laurence Ress, autor de Auschwitz: Os Nazis e a “Solução Final”.

Artigo atualizado às 16h36 com as novidades dos grupos editoriais Penguin Random House e 20|20