O Lisbon Investment Summit 2018 (LIS) arranca esta quarta-feira para juntar no Hub Criativo do Beato mais de 200 investidores, 750 startups e 400 quadros empresariais. Para Pedro Rocha Vieira, presidente da Beta-i, que organiza o evento, o LIS quer ser “cada vez mais um evento de afirmação de Lisboa no ecossistema europeu”, que proporcione investimento. “Mais do que trazer grandes investidores, o objetivo é dar palco ao que está a acontecer no ecossistema”, disse ao Observador.

O LIS é organizado pela Beta-i em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e os apoios da Bright Pixel (Sonae IM) e da IE Business School. A mudança para o Hub Criativo do Beato pretende ser “o arranque de uma nova fase da cidade [de Lisboa], que vai ser ali naquela zona”, diz Pedro Rocha Vieira. Entre os oradores, estão nomes como o de Fernando Medina, presidente da CML, a secretária de Estado Ana Teresa Lehmann e Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.

Com o evento, a Beta-i quer ajudar a criar “uma nova consciência, para que os investidores institucionais apostem no ecossistema e invistam em players nacionais, porque sem players globais nacionais de fundo é difícil termos um ecossistema mais sólido. É preciso mais dinheiro no ecossistema e fundos mais virados para o exterior”, afirmou, acrescentando que “é preciso que algumas das grandes empresas comecem a investir algum dinheiro em operadores de capital de risco profissionais, isso é crítico”.

Pedro Rocha Vieira considera que Lisboa está a viver uma fase de mudança, com a presença de muitos empreendedores internacionais e de empresas como a Google ou a Zalando a escolherem território nacional para abrir centros, mas que há desafios por resolver: “Estamos com alguma baixa de liquidez, há algum decréscimo no número de investimento nacional e no número de fundos globais que estão em Portugal”.

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Os desafios desta nova era não se ficam por aqui: a contratação de talento e o mercado imobiliário são dois dos problemas por resolver. É preciso perceber como é que a cidade consegue atrair talento, “porque começa a haver alguma falta de liquidez e os recursos humanos estão cada vez mais caros”, diz. Sobre o mercado imobiliário, o presidente da Beta-i diz que é preciso que “a cidade se repense um bocadinho”, devido às dificuldades sentidas no arrendamento.

Para Pedro Rocha Vieira, cofundador da associação que promove o empreendedorismo nacional desde 2010, “houve um decréscimo no deal-flow [referindo-se ao surgimento de novos projetos] nacional, mas tem havido algum deal-flow internacional a vir para Portugal”.

Mais: “É preciso investir em players nacionais, falta dinheiro para as rondas [de investimento] seguintes, faltam as exit [quando as empresas saem da esfera dos investidores] que estamos a precisar”.

Por último, o presidente da Beta-i lembra a importância da mentalidade para quem entra na corrida de lançar uma empresa. “Não estamos a fazer sprints, estamos a correr maratonas e as maratonas custam. É preciso ter outra mentalidade, ter a mentalidade de um corredor de fundo”, concluiu.

A Beta-i é uma organização criada para impulsionar empreendedorismo e ajudar a formar uma cultura de inovação. Tem seis áreas de atuação: aceleração, eventos, consultadoria, inovação aberta, educação e investimento. É responsável pelo Lisbon
Challenge, um programa de aceleração de startups. Desde 2010, a Beta-i recebeu mais de 5.000 candidaturas para os vários programas e acelerou mais de 850 startups.