A CGTP anunciou este sábado uma concentração para 6 de julho, frente à Assembleia da República, “contra as medidas gravosas da revisão da legislação laboral apresentadas pelo Governo”.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral da confederação, Arménio Carlos, na intervenção final que fechou a manifestação que este sábado levou milhares de trabalhadores à rua, do Campo Pequeno até ao Marquês de Pombal.
“Exortamos todos os trabalhadores e a população em geral a contestar e rejeitas as matérias gravosas da proposta de Lei que o Governo, o patronato e a direita pretendem impor contra os trabalhadores, o povo e o desenvolvimento económico e social do país”, disse, sublinhando que “este é o momento de intensificar as ações de luta em todos os setores de atividade”.
“Vamos unir forças, juntar vontades”, frisou Arménio Carlos.
No dia 6 de julho, o parlamento debate em plenário um conjunto de projetos de alteração ao código do trabalho.
Em declarações aos jornalistas antes desta intervenção, o responsável da central sindical já tinha adiantado que nos próximos meses se assistirá a “uma luta convergente” de trabalhadores.
Milhares de pessoas percorreram este sábado ruas de Lisboa, entre o Campo Pequeno e o Marquês de Pombal, numa manifestação convocada CGTP-In para exigir a valorização do trabalho e dos trabalhadores e o aumento de salários.
Cerca das 15h30, os milhares de pessoas que se concentraram junto à praça do Campo Pequeno arrancaram pela avenida da República em direção ao Marquês de Pombal, onde a manifestação terminou com uma intervenção secretário-geral da CGTP.
Cartazes, bandeiras da confederação sindical, faixas e balões coloridos acompanharam os manifestantes no desfile, que reivindicaram o fim da precariedade e o aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para 650 euros.
Juntos sob o lema “Lutar Pelos Direitos, Valorizar Os Trabalhadores!”, os manifestantes chegaram a Lisboa desde vários pontos do país.
Segundo a direção da Intersindical, foram contratados mais de 150 autocarros e quatro comboios com partida do Porto para transportar trabalhadores até Lisboa.
A manifestação foi convocada para defender a necessidade de valorização do trabalho e dos trabalhadores, através de uma melhor distribuição da riqueza e da melhoria das condições de vida e de trabalho.
Com o recente acordo de concertação social para a revisão do Código do Trabalho, a CGTP considera que existem agora motivos acrescidos para o protesto.
Na segunda-feira, o Governo aprovou a proposta de lei para alterar o Código de Trabalho, nomeadamente reduzir o limite dos contratos a prazo e aumentar a duração do período experimental, na sequência do acordo de concertação social de 30 de maio, a que a CGTP não aderiu por o considerar “contrário aos interesses e direitos dos trabalhadores”.
O aumento geral dos salários, a fixação do Salário mínimo nos 650 euros em janeiro de 2019, o fim da caducidade das convenções coletivas “e de outras normas gravosas da legislação laboral”, a reposição do princípio do tratamento mais favorável, as 35 horas de trabalho semanal para todos, o fim da precariedade, o aumento das pensões e a reposição dos 65 anos como idade legal da reforma são as principais reivindicações da Intersindical.