A Coreia do Norte anunciou esta sexta-feira que a próxima reunião de famílias separadas pela guerra pode ficar comprometida caso a Coreia do Sul não entregue de imediato alguns cidadãos norte-coreanos que foram para o sul nos últimos anos.
O grupo de 12 mulheres norte-coreanas, trabalhadoras num restaurante na República Popular da China, que se encontra na Coreia do Sul desde 2016 tem motivado vários atritos entre Pyongyang e Seul. A Coreia do Norte acusa a Coreia do Sul de ter raptado as mulheres, mas as autoridades de Seul dizem que entraram no país de livre vontade.
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A Coreia do Norte tem usado ao longo dos anos as 12 mulheres como pretexto para impedir a reunificação temporária de cidadãos maiores de idade que se encontram no norte separados das famílias desde a Guerra da Coreia (1953-1956).
Deste modo, e apesar do ambiente diplomático sobre o programa nuclear norte-coreano, o regime de Pyongyang através de um ‘site’ de notícias governamental (Uriminzokkiri) diz esta quinta-feira que faz depender o próximo encontro de reunificação familiar – previsto para agosto – da entrega das 12 mulheres que se encontram na Coreia do Sul.
O ministro para Unificação do governo de Seul declinou fazer qualquer comentário sobre as posições da Coreia do Norte publicadas esta quinta-feira no Urimunzokkiri.
Após um encontro com as mulheres, um investigador independente das Nações Unidas sobre os direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quinatana, disse aos jornalistas em Seul que as mulheres desconheciam que se dirigiam para a Coreia do Sul quando abandonaram o território da República Popular da China.
Algumas delas foram para a Coreia do Sul sem saberem para onde iam”, disse Quintana. De acordo com dados divulgados por Seul, mais de 31 mil norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul desde o final da guerra, “por motivos políticos, económicos e outros”.
Seul nunca repatriou um norte-coreano apesar de alguns terem regressado ao norte porque não conseguiram adaptar-se ao novo tipo de vida na Coreia do Sul.
O programa de reunificação familiar, implementado no ano 2000, já permitiu o reencontro temporário de cerca de 20 mil pessoas, de ambos os lados, que são autorizadas a contactar durante alguns dias os familiares que não viam desde 1956. A última reunião de famílias ocorreu em 2015.