O governo da Guiné Equatorial recusou este domingo a formação de um executivo de unidade nacional transitório até às eleições, disse o líder da Convergência para a Democracia Social (oposição), Andrés Esono.

A recusa da proposta da oposição aconteceu no âmbito da VI Mesa Nacional do Diálogo, que terminou hoje no Centro de Conferências de Sipopo, arredores de Malabo, nas sessões públicas, passando a reunião à porta fechada.

“Pensávamos que na reunião à porta fechada ia ser negociado para chegarmos a um acordo. E não serviu para isso”, disse Esono, por telefone, à agência de notícias Efe.

O secretário-geral do primeiro partido legalizado da oposição sublinhou o pedido da necessidade de mudar o governo e formar “um governo de salvação nacional”, capaz de fazer a transição política do país.

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Na sexta-feira, Andrés Esono tinha pedido a formação de um governo de unidade nacional para acabar com a teoria formulada pelo presidente, Teodoro Obiang, do “ensaio democrático”.

“Rejeitaram o plano, dizendo que o seu governo acaba de sair de umas eleições”, em aparente alusão às legislativas de novembro passado, quando o partido no poder, o Partido Democrático da Guiné Equatorial, ganhou com mais de 98% dos votos.

O responsável da oposição disse ter proposto acordos para melhorar as condições de participação eleitoral, para preparar umas próximas eleições que possibilitem pelo menos que as pessoas se pronunciem livremente.

“Eles também não aceitaram isso”, porque o governo entende que “o país funciona” e que “tudo está bem” pelo que “não há nada para mudar”, disse Esono, acrescentando que também foi recusada a libertação dos presos políticos.

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, vai encerrar a VI Mesa de Diálogo entre Governo e oposição, na segunda-feira.