A operadora brasileira Oi, na qual a portuguesa Pharol é a principal acionista, convocou uma assembleia-geral extraordinária para 3 de setembro, num encontro que visa concretizar o aumento de capital previsto com a alteração dos estatutos sociais.

Num edital divulgado na quinta-feira ao mercado no Brasil, e assinado pelo presidente do Conselho de Administração da Oi, José Mauro da Cunha, lê-se que o encontro decorre no dia 3 de setembro no Rio de Janeiro visando, desde logo, aprovar uma alteração ao estatuto social “tendo em vista a homologação parcial do aumento de capital”, que será feito através da capitalização de créditos, como definido no Plano de Recuperação Judicial. Ao mesmo tempo, prevê a “alteração do limite do capital autorizado da companhia, com a consequente alteração” do estatuto social, indica a nota à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil.

Este aumento de capital implica a emissão de 1.514.299.603 novas ações ordinárias e de 116.480.467 bónus de subscrição, que serão entregues aos acionistas que exerceram o seu direito de preferência e aos titulares que capitalizaram os seus respetivos créditos. Assim, com a homologação do processo, o capital social da companhia passaria a ser de 32.038.471.375,00 reais (7.236.260.000 euros), dividido num total de 2.340.060.505 ações (das quais 2.182.333.264 são ordinárias e 157.727.241 são preferenciais).

Segundo o comunicado ao mercado, a assembleia-geral extraordinária visa, também, “aprovar a proposta de inclusão de novo artigo no capítulo de disposições finais e transitórias do estatuto social com vista à adaptação do estatuto social às disposições do Plano de Recuperação Judicial da companhia em relação à composição do Novo Conselho de Administração”.

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Em causa está, ainda, uma “reforma do estatuto social”, estipulando, assim, “a extinção dos cargos de suplente dos membros do Conselho de Administração”, novas “regras de eleição do presidente e do vice-presidente do Conselho de Administração”, bem como novas “competências do Conselho de Administração” e novos departamentos de apoio àquela estrutura, entre outras alterações.

A Oi está num processo de recuperação judicial desde 2016 com o objetivo de reduzir o passivo da empresa, que ronda os 65,4 mil milhões de reais (cerca de 16 mil milhões de euros).

O Plano de Recuperação Judicial propõe-se a reduzir o passivo da empresa, através da conversão de 72,12% da dívida suportada pelos credores, aos quais serão concedidos direitos sobre a companhia. A portuguesa Pharol é acionista de referência da Oi, com 27% das ações, percentagem que deverá descer com a conversão de créditos. A Pharol (ex-Portugal Telecom) tem vindo a mostrar-se contra este Plano de Recuperação Judicial.