Saiu de um processo de reestruturação em dezembro de 2022. Um processo que se iniciou em 2016. Foram sete anos em que a operadora brasileira Oi mudou de rumo e vendeu os principais ativos, voltando a ficar uma companhia com serviço fixo de telecomunicações. A portuguesa Pharol (que assumiu este nome depois da PT Portugal ter sido vendida à Oi que, mais tarde, a vendeu à Altice) tem 4,66% da Oi e é praticamente o seu único ativo.

Agora, a Oi volta a pedir proteção judicial, contra os credores. Segundo comunicou ao mercado, não tinha condições para pagar uma dívida que vence em fevereiro e não chegou a acordo com os credores. E, a opção, foi pedir nova proteção contra credores.

Em comunicado revela que requereu “ao juízo da 7ª vara empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, no contexto das discussões e tratativas com credores da Oi envolvendo uma potencial renegociação de certas dívidas da companhia, o pedido de tutela de urgência cautelar, em segredo de justiça, como é praxe em pedidos como este, para suspensão da exigibilidade de certas obrigações assumidas pela Companhia, visando a proteção do seu caixa, e, consequentemente, a continuidade das negociações com os seus credores de forma equilibrada e transparente”.

Segundo a imprensa brasileira estava em causa o pagamento de 600 milhões de reais (108 milhões de euros) que era devido a 5 de fevereiro, num bolo de endividamento que totaliza 29 mil milhões de reais (5,2 mil milhões de euros).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quando encerrou o processo de reestruturação, a Oi realçou que “muito ainda tem que ser feito e a Oi está pronta para explorar todas as alternativas postas à disposição para melhor o seu perfil de dívida, garantindo a estabilidade necessária para poder dar foco maior em suas operações, buscando a sustentabilidade de nossa geração de caixa operacional. Por outro lado, o fim do processo da Recuperação Judicial permite que a Companhia, com o tempo, volte a estar elegível para gradualmente reintegrar os índices da B3, como o Ibovespa, que reúne as ações com maior negociabilidade na Bolsa de Valores brasileira. Isto trará mais visibilidade e demanda pelas ações da Oi negociadas na B3”.

Agora o Estadão fala na possibilidade de a empresa avançar com um segundo processo de reestruturação, depois de ter protagonizado o segundo maior pedido de recuperação judicial do Brasil, só superado pela construtora Odebrecht, apanhada no Lava Jato. Em 2016, quando pediu a proteção, a dívida da operadora brasileira era de 65 mil milhões de reais.

A Oi chegou a deter a PT Portugal, que tem como principal ativo a operadora portuguesa Meo, depois de ter chegado a acordo com a então PT. Zeinal Bava chegou a ser presidente da Oi, no âmbito dessa operação, que acabou por cair. A PT Portugal voltou a ser colocada à venda, tendo ido parar às mãos da Altice. A Pharol ficou com uma posição na Oi, que atualmente é de cerca de 4,6%.

A Operação Marquês e os negócios (ruinosos) da PT no Brasil