Os termómetros em Portugal continental atingiram na quinta-feira o segundo valor mais alto de sempre desde 2000, quando começaram os registos diários, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A temperatura média de quinta-feira foi de 30,2 graus: para encontrar um valor mais alto é preciso recuar a 2 de agosto de 2003, quando a temperatura média foi 31,9 graus, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira pelo IPMA.

O valor da média das temperaturas máximas nas várias localidades do país atingiu 40,1 graus centígrados, “muito superior ao valor normal” para esta altura do ano, que é 28,8 graus, enquanto o valor médio das mínimas chegou aos 20,2 graus, acima dos 15,5 considerados normais.

A localidade de Mora, no distrito de Évora, e Alvega, no distrito de Santarém, registaram os valores mais altos, com 45,7 e 45,2 graus. Em mais de metade das estações meteorológicas, a temperatura foi superior a 40 graus. Em 90% das localidades superou os 35 graus. Só as estações do Cabo Carvoeiro e Santa Cruz, no Oeste, ficaram abaixo dos 30 graus.

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Os dados são também citados num comunicado da Comissão Nacional de Proteção Civil, que se reuniu extraordinariamente esta sexta-feira, no primeiro de quatro dias de alerta devido às altas temperaturas, e concluiu que o sistema de prevenção e combate a incêndios tem respondido “com grande eficácia, desde logo, no ataque inicial às ocorrências registadas”.

Desde quinta-feira, só quatro incêndios rurais aumentaram de dimensão ao ponto de precisarem de ataque ampliado. Comparando com os valores dos dez anos mais recentes, em 2018 arderam até agora menos 85% da área e houve menos 36% de ocorrências.

O comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Duarte Costa, afirmou que o envolvimento e o “reforço da monitorização e vigilância” por parte da GNR, PSP, Forças Armadas e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas tem sido chave para responder às solicitações. Há cerca de seis mil militares da GNR no terreno, 19 de 76 patrulhas das Forças Armadas em áreas críticas, e 51 equipas da PSP. “Apesar do quadro meteorológico e do elevado risco de incêndio, não havia esta manhã registo de ocorrências expressivas em curso”, afirma o Ministério.

Os aviões de reconhecimento a sobrevoar o Alentejo e Algarve têm sido “fundamentais para a tomada de posições quanto ao posicionamento dos meios”. Por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica, houve reforço de meios dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

A Comissão Nacional de Proteção Civil, presidida pelo ministro da Administração Interna junta todas as entidades que intervêm no sistema de proteção civil: ministérios com a tutela sobre defesa, justiça, ambiente, economia, agricultura e florestas, obras públicas, transportes, comunicações, segurança social, saúde e investigação científica, representantes dos municípios e freguesias, da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais.

Estão representadas também as Forças Armadas, GNR, PSP, PJ, Gabinete Coordenador de Segurança, Autoridade Marítima, Autoridade Aeronáutica e Instituto Nacional de Emergência Médica.