O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, comparou as mulheres que usam burqa a “ladrões de bancos”, considerando a prática “opressiva”. Theresa May já se manifestou sobre o comentário de Boris Johnson, exigindo um pedido de desculpa pelas declarações “claramente ofensivas”. Boris Johnson respondeu rejeitando pedir desculpas pelas suas afirmações.
Boris Johnson, que se demitiu do governo de Theresa May no passado mês de julho, escreveu na sua coluna semanal no jornal Daily Telegraph sobre a notícia da primeira multa por uso do véu integral islâmico na Dinamarca, depois de o país nórdico ter posto em prática uma lei que proíbe o uso de roupa que impossibilite a identificação de pessoas.
Uso do véu integral islâmico proibido na Dinamarca a partir de hoje
No artigo, Boris Johnson qualifica a prática como “estranha”. Diz que “esperar que as mulheres cubram as suas caras” é “bullying” e “opressão” e questiona porque motivo haveriam as mulheres de querer “andar por aí como se fossem caixas do correio”.
Apesar de afirmar que os governos e empresas deveriam poder escolher se os seus clientes têm ou não de mostrar as suas caras, afirmou que “tais restrições não são o mesmo que dizer a uma mulher adulta aquilo que ela pode ou não usar em público”.
Se uma eleitora viesse de cara tapada a uma reunião comigo no Parlamento, eu sentir-me-ia completamente no direito de lhe pedir para destapar o rosto, de forma a poder falar com ela apropriadamente. Se uma estudante aparecesse numa escola ou numa universidade parecendo uma assaltante de bancos, os que têm autoridade devem ser autorizados a conversar abertamente com aqueles que estão incumbidos de instruir”, escreveu Johnson.
“No Reino Unido, hoje em dia, apenas uma pequena minoria das mulheres usam esses estranhos equipamentos na cabeça”, concluiu.
As opiniões do ex-ministro geraram uma onda de indignação, à qual se juntou a primeira-ministra britânica, Theresa May. A líder do executivo britânico exigiu um pedido de desculpas de Boris Johnson devido às declarações “claramente ofensivas”.
Boris Johnson respondeu aos seus críticos rejeitando pedir desculpas pelas suas afirmações. O ex-MNE acusou ainda os seus críticos de montar “ataques ridículos” e de tentar acabar com qualquer tentativa de debate sério sobre o assunto.