É a segunda vez este ano que as autoridades chinesas proíbem a estreia de um filme da Disney na China. Desta vez, foi o filme “Christopher Robin” protagonizado pelo ator Ewan McGregor. As autoridades chinesas não explicaram a proibição, mas há quem justifique a decisão com a presença do urso Winnie The Pooh, que se tornou uma espécie de símbolo da resistência contra o presidente Xi Jinping.

A notícia da rejeição do filme não seria exatamente surpreendente, visto que a China apenas permite a exibição de 34 filmes estrangeiros por ano. No entanto, a relação conturbada entre o presidente Xi Jinping e o pequeno urso animado não é de agora.

As comparações entre o presidente Xi e a personagem surgiram, pela primeira vez, em 2013, com a montagem de duas imagens diferentes: uma em que o Pooh aparecia ao lado do seu amigo tigre, o Tigger, e outra em que Xi surgia ao lado de Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos na altura.

Um ano depois, o encontro entre Xi Jinping e o seu homólogo japonês, Shinzo Abe, deu origem a uma outra publicação que foi posteriormente censurada.

Recorde-se que no passado, o programa do comediante britânico John Oliver foi censurado na China na rede social chinesa Weibo, o equivalente ao Twitter. A peça satírica do comediante criticava o presidente chinês utilizando a imagem de Winnie The Pooh.

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Depois de criticar o “culto de personalidade”, os “níveis de vigilância e de perseguição distópicos” e abusos de diretos humanos, qualquer tentativa de publicação com o nome do comediante dava origem a uma mensagem de erro a dizer que esta viola “leis relevantes, regulações, ou viola as regras da comunidade Weibo.”.

Comediante britânico, John Oliver, censurado por satirizar o presidente chinês

A censura do personagem tornou-o num símbolo da resistência ao regime de Xi Jinping. Antes de morrer, o Nobel da Paz Liu Xiaobo, tirou uma fotografia com a mulher dias antes de morrer, onde brindavam com canecas do Winnie The Pooh.

https://twitter.com/hancocktom/status/887251885534531585

O Comité Central do Partido Comunista Chinês, não é estranho à restrição do conteúdo a que os seus cidadãos têm acesso. Na lista de sites bloqueados na China estão, por exemplo, os gigantes ocidentais: Google (Youtube, Gmail, Google Maps, etc), Facebook, Twitter e Instagram, entre dezenas de outros, por considerar que põem em perigo a estabilidade política do país.