Os Presidentes de Angola, Congo e Gabão realizam uma reunião de concertação, perto de Luanda, após a ausência dos homólogos da República Democrática do Congo, Ruanda, Uganda e do líder da União Africana da mini-cimeira desta terça-feira.

Simultaneamente, decorre uma reunião dos chefes da diplomacia destes seis países do centro e sul de África. Os trabalhos da mini-cimeira, que deveriam ter começado pelas 09h00 locais (mesma hora em lisboa), só tiveram início três horas depois, apenas com os chefes da diplomacia de Angola, Congo, República Democrática do Congo (RDCongo), Gabão, Ruanda e Uganda.

Os três chefes de Estado – os Presidentes de Angola, João Lourenço; do Congo, Dennis Sassou Nguesso, e do Gabão, Ali Bongo -, optaram por realizar uma reunião de concertação entre os três, face à ausência dos homólogos da RDCongo (RDCongo), Joseph Kabila; do Ruanda, Paul Kagame; do Uganda, Yoweri Museveni, e do Presidente da Comissão da União Africana (UA), o chadiano Moussa Faki Mahama.

Ao início da tarde, ainda nada tinha transparecido das reuniões, estando ambas em curso numa unidade hoteleira em Talatona, a 25 quiómetros de Luanda.

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A reunião de Luanda antecede em três dias a cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorrerá em Windhoek (Namíbia) e nela será feita uma discussão e concertação política sobre os projetos de paz e estabilidade nas duas regiões africanas.

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, indicou que a situação da RDCongo seria um dos temas fortes a abordar na reunião, em que se pretende também privilegiar a procura de “soluções africanas para os problemas africanos” nas discussões, que envolvem também as crises políticas e militares no Sudão do Sul, Sudão, República Centro Africana e Lesoto.

Sobre a RDCongo, o chefe da diplomacia angolana saudou a decisão de o chefe de Estado congolês se abster de se apresentar a um terceiro mandato, constitucionalmente proibido, nas eleições de 23 de dezembro próximo, salientando a “evolução positiva” em curso no país vizinho.

Por outro lado, Manuel Augusto manifestou a preocupação de Angola, na qualidade de presidente do Órgão de Defesa e Segurança da SADC, com a situação político-militar da República Centro-Africana (RCA), país em que “não existe estabilidade” desde o afastamento do poder, em 2013, do então Presidente, François Bozizé, pelas milícias Seleka, que pretendiam defender a minoria muçulmana, desencadeando uma contra-ofensiva dos anti-Balaka, maioritariamente cristãos.

Outra das “grandes preocupações” é a situação no Lesoto, “país ilha” no centro leste da África do Sul, onde a violência política e militar está a tornar-se frequente, com a onda de assassinatos que não está a poupar ninguém, nem mesmo dois antigos chefes do Estado Maior General das Forças Armadas locais.

A oposição parlamentar angolana recebeu com agrado a decisão do Presidente de Angola, João Lourenço, de promover a mini-cimeira, realçando a importância que se reveste para alcançar a estabilidade política e militar nas regiões austral e central de África.