O S61, o novo topo de gama da CAT, não é um smartphone igual aos outros. Segue a tendência dos irmãos mais baratos, o S41 e o S31, por ser “ultrarresistente”, mas traz uma câmara térmica, como o antecessor (o S60), um sensor de qualidade do ar, um termómetro, um medidor laser e faz chamadas (e deixa utilizar apps e ter conversas por chat).

Estes smartphones são ultrarresistentes. Fomos testá-los com a Seleção de Rugby

O sistema operativo é o Android Oreo (modificado e com aplicações da marca) e, por ser um smartphone que custa 950 euros, desilude. É rápido, mas não tão eficiente como outros modelos que estão no mercado a um preço equivalente. A verdade é que quem quiser este telemóvel não vai querê-lo pela velocidade ou pela qualidade da câmara fotográfica e das selfies. Este dispositivo destina-se a quem quer um smartphone que funcione, tenha uma bateria para dois dias, possa cair ao chão sem problemas, vá para debaixo de água e tenha um medidor de distância laser.

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CAT S61

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A favor: resistência, bateria e câmara térmica

Contra: preço, medidores de ar e distância pouco fiáveis, peso

Depois de experimentarmos as características que prometiam um smartphone diferente dos que já existiam no mercado, ficámos desiludidos (e fomos a uma piscina só para isto). Ao menos deu para boas fotografias debaixo de água, mas, mesmo aí, há opções mais baratas. Como este é um smartphone que quer ser fora da caixa, deixamos a análise com GIFs.

A resistência à água não é um mito

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Sim, o S61 sobreviveu aos três metros de profundidade que prometeu. E esteve debaixo de água durante mais de 60 minutos. No fim, o único dano que detetámos teve a ver com a qualidade do som que saía das colunas externas. Depois de secar, concluímos que voltou ao “normal” (mesmo sem água, a qualidade do som das colunas não é estupenda). A resistência “IP69” (a maior atribuída a estes equipamentos) cumpre dentro de água e até disponibiliza um modo só para tirarmos fotografias e filmarmos em modo subaquático.

O termómetro que dá erro e o sensor da qualidade do ar que se enganou

Tendo em conta que este é um smartphone que custa perto de 1.000 euros, o termómetro estava entre os pontos que mais nos suscitavam curiosidade. No final, desiludiu. No primeiro GIF, estão registados 62 graus e não foi nenhum recorde, foi um erro. Nem a madeira em que estava pousado nem o ar em redor estavam com essa temperatura — confirmámos duas vezes. Sempre que tentámos ver a temperatura, os resultados não corresponderam ao que dizia o termómetro. Resultado final: esta componente não é fiável.

Na aplicação “Air”, que vem instalada no smartphone, é possível ver a qualidade do ar. Recebemos o aviso de que estávamos em ambientes tóxicos mais do que uma vez, mas as medições apresentadas foram muito inconstantes. Depois de duas horas numa sala com bastante fumo de tabaco e sem ventilação, o resultado da qualidade do ar foi “boa”. Em suma, o medidor da qualidade do ar também desiludiu.

A câmara térmica é boa, mas não salvou este CAT

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O S60 já tinha como grande inovação a câmara térmica e, no S61, detetámos melhorias no software. A amarelo aparece o que está mais quente e, num tom mais escuro, aparece o que está mais frio. Neste ponto, o S61 cumpre com o que promete: quer se trate de fotografias a pessoas ou de dispositivos que estão em cima de uma mesa. Esta opção pode dar jeito a um canalizador, por exemplo. Contudo, com câmaras térmicas a menos de um terço do preço no mercado, não foi esta a funcionalidade que salvou a análise do S61.

O medidor laser foi giro para brincar, mas não calculou distâncias

Alguém pergunta: “Quanto é a distância daqui ali?”. Resposta: “Deixa pegar no smartphone”. Como se vê no GIF, o laser — que sai da traseira do smartphone — é apontado a uma superfície, toca-se no ecrã e, depois de uma fotografia, no canto esquerdo aparece a distância. Até um metro (e em ambientes sem muita luz), esta funcionalidade funcionou sem problemas. Contudo, como o medidor de ar foi inconstante, tivemos mais resultados errados do que certos. Foi giro brincar na redação e apontar um laser para a testa das pessoas, mas, para calcular distâncias, o S61 não foi eficaz.

O botão configurável com duas opções

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Quando pressiona durante pouco tempo o botão laranja lateral, abre-se uma aplicação. Quando pressiona durante mais tempo, desencadeia outra ação. E é tudo configurável: pode ser para abrir a lanterna, como na imagem, para abrir as mensagens ou para a câmara térmica. À semelhança do S31 e do S41, é uma opção que mostra o pragmatismo do S61. Funciona. Apesar de ter tendência para, no bolso, se ligar facilmente (a lanterna ligou-se nesta situação várias vezes).

A resistência não é mito, mas por este preço também não se esperava outra coisa

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Não é todos os dias que temos aval explícito das marcas para atirarmos  os equipamentos que nos emprestam ao chão, sem cuidado, mas no S61 não houve problema. Acima, está apenas um dos takes. E, apesar de este modelo não ter tido uma equipa de rugby a passar-lhe por cima, o S61 é o mais resistente dos smartphones da CAT. Deixámo-lo cair contra pedra dura, de todas as formas. No final, o resultado foram pequenas mossas nos rebordos e um risco na película protetora que vem com o smartphone. Ficou sempre a funcionar, tanto nas chamadas como nas outras funcionalidades (este foi o último teste). É resistente, mas para 949 euros num telemóvel deste tamanho, era o mínimo que esperávamos.

Veredicto final: tendo em conta o preço, esperávamos melhor

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O S61 é um smartphone claramente diferente e dirigido a um nicho de mercado. Tem funcionalidades interessantes. Contudo, para quem não vai utilizá-las a todas, não é uma opção barata. Mesmo para quem quer utilizar as ferramentas que o distinguem, como a câmara térmica ou o medidor de distância, a melhor solução continua a estar nos equipamentos dedicados. É (bastante) mais rápido do que os modelos S31 e S41 e tem uma bateria para dois dias, mas, por este valor, não é, de longe, o único smartphone com estas especificações. E é o mínimo que se esperava.

[os testes de resistência feitos aos S31 e S41 com a Seleção Portuguesa de Rugby]

No fim, fica-se com um telemóvel megarresistente a quedas e à água. Nisso, cumpre com louvor o que promete (mesmo ficando com mossas). A CAT surpreendeu o mercado com o S60 e, agora, como atualizou o S61 com o Android Oreo e o USB-C. Não é um equipamento para todos, mas se houver quem procurar um smartphone com medidor laser e câmara térmica, então, é mesmo porque precisa.