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Quando experimentamos smartphones no jornal, a pergunta de quem os vê costuma ser: “Posso mexer?” No caso dos robustos CAT S41 e CAT S31, foi: “Posso atirá-los ao chão?” Claro que os atirámos ao chão quando os vimos (na verdade, deixámo-los cair). Mas resistiram. Já sabíamos que o S60, apesar de ser mais antigo e ter melhores características, é um smartphone resistente. Mas estes irmãos mais novos e mais acessíveis são igualmente cativantes e prometiam também resistência. Depois de termos saltado de uma ponte no primeiro “Não Teste Isto em Casa”, a solução passou agora por um duelo épico, ao nível de super-heróis: Thor contra Hulk, Batman contra Super-Homem, Son Goku contra Vegeta. Eis a solução: os CAT contra os “lobos” da Seleção Portuguesa de Rugby, com os seus pitons de alumínio. Concluímos que os smartphones são resistentes, mas há claramente um limite.

[Antes de ler a descrição desta aventura e a análise comparativa aos dois smartphones, mais em baixo, veja no vídeo as peripécias que rodearam este teste]

A resistência testada ao limite contra a Seleção Portuguesa de Rugby

Vamos ser francos: o teste inicial não começou com a Seleção Portuguesa de Rugby. Pelo vídeo pode parecer que pegámos nos CAT e fomos ter com a Seleção Portuguesa de Rugby, mas não: os testes iniciaram-se na redação do Observador como habitualmente fazemos com os smartphones que nos chegam. É rápido? As apps funcionam? Quanto tempo dura a bateria? Depois disso, fomos ver como é que equipamentos revestidos a borracha aguentam quedas. Primeiro, através de uma queda normal, ao nível da anca. Depois, de cima de uma mesa. Resultado: nem um risco. Segundo teste: água a correr. Foi como se nada fosse. Com os smartphones a cumprirem os mínimos que prometem, decidimos ir a um treino da Seleção Portuguesa de Rugby e pedimos à equipa para lhes passar por cima.

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Eram 19h00 quando começámos a vestir o equipamento que nos permitia entrar em campo com quem representa o país. Calções, camisola, casaco (estava frio) e chuteiras. Entrámos em campo com um smartphone em cada mão . Houve quatro testes: primeiro, demos pontapés aos smartphones; depois, deixámos que a equipa passasse por cima deles; a seguir, os jogadores empurraram máquina de melé com os smartphones no meio (exige mais força no chão com o pé); e por último, colámos os dois smartphones à bola de rugby enquanto jogávamos.

Primeiro: “Quem quer dar um pontapé num smartphone?”. Como seria de esperar, surgiram vários voluntários. Chutou-se, gravou-se e fomos apanhar o telemóvel (o primeiro foi o S41, o mais caro dos dois). Resultado: passou. A seguir, foi a vez do S31 e passou também.

Com o ecrã e aplicações a funcionar em ambos os telemóveis (o único dano era a sujidade que tinham da relva) foi a vez do teste mais esperado: Deixar cair os smartphones no meio do campo e pedir a todos os elementos da equipa para passar por cima deles. Fizemos apostas sobre se aguentariam ou não. Resultado: partiram-se. Não foi bom para o resto das filmagens e planos, mas foi o que aconteceu.

O S31 ficou com o ecrã rachado (também foi o que sofreu mais pisadelas). Contudo, o botão lateral programável permitiu ligar a lanterna. Já o S41 pareceu não ter sofrido danos, mas nem sequer a lanterna funcionava. Como o S31, a lanterna funcionava e o S41 ainda tinha o ecrã inteiro. Passámos, então, para o teste da máquina de melé e foi suficiente para percebermos que o S41 é mais robusto que o S31. O ecrã rachou-se um pouco e o do S31, que já estava rachado, piorou. No entanto, a lanterna continuou acesa, mostrando que o sistema continuava operacional.

Chegou a vez do teste final, em que até tivemos de correr com uma Go Pro ao peito. Mesmo com uma ou duas placagens amigáveis, a seleção de Rugby tratou-nos bem melhor do que tratou os CAT. O estado final dos telemóveis é visível no vídeo. Antes de pedirmos a alguns jogadores para verem se conseguiam dobrar o equipamento (conseguiram, mas com muito, muito custo), ainda verificámos se o sistema dos telemóveis estava a funcionar ou não. Não adiantou, os “lobos” ganharam.

Testámos dois equipamentos no segundo episódio do “Não Teste Isto em Casa”. Apesar de o S31 continuar a permitir ligar a lanterna depois do último teste, ficou com ecrã rachado e não recebia chamadas. Já o outro, o S41, nem a lanterna ajudou. São smartphones bastante resistentes, mas não são à prova de tudo, muito menos de 30 jogadores profissionais de rugby com chuteiras que têm pitons de alumínio.

O S41 e o S31: testámos o desempenho, design e resistência

O S41 e o S31 não são telemóveis que querem concorrer com o que se encontra normalmente nas lojas. São grandes, robustos e não têm uma câmara ou ecrã que deslumbre. No entanto, têm bateria para, pelo menos, dois dias de utilização quotidiana. Podem não ter resistido a 30 jogadores de rugby, mas não foi por isso que deixámos de os achar interessantes.

CAT S41

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A favor

  • Bateria
  • Resistência
  • Ecrã
  • Partilha de bateria
  • Botão programável

Contra

  • Qualidade de imagem
  • Processamento
  • Portas de slots difíceis de abrir

Tanto o S41 como o S31 fazem parte da gama média da CAT, com um preço de 449 euros e 329 euros, respetivamente. Por ser mais caro, o S41 tem também uma maior bateria: 5000 miliampéres. Foi o suficiente para conseguir chegar a três dias sem precisar de carregar o smartphone. Ao todo, foram 54 horas em que chegou ao carregador com 8% de bateria. Com utilização mais intensiva, o resultado surpreendeu também. Por ter tanta capacidade de bateria, o telemóvel tem um adaptador USB para funcionar como powerbank (carregador portátil).

5 fotos

Em termos de desempenho, o S41 funcionou como os equipamentos que costumam ser (pelo menos) 150 euros mais baratos. A maioria das aplicações funcionou sem problemas, mas alguns jogos fizeram com que o sistema operativo  o Android ficasse mais lento. O S31, mais barato, pode ser pior no que toca à bateria (apenas conseguimos dois dias). No entanto, em termos de desempenho, apesar de ser mais lento do que o S41, não verificámos um grande downgrade em termos de utilização quotidiana. Algumas aplicações demoraram mais tempo a abrir, mostrando que o forte deste equipamento não é, claramente, o processador. Mesmo assim, quando enviámos mensagens por WhatsApp, utilizámos o Google Maps ou fizemos chamadas, mostrou ser um equipamento competente.

Quem quiser comprar estes smartphones para tirar fotografias vai ficar bastante desiludido. Não é não o fazerem, mas não são bons a comparar com aquilo que os outros equipamentos no mercado fazem. O S41 consegue resultados bastante melhores do que os do S31, mas, mesmo assim, ao nível dos atingidos por equipamentos que estão no mercado a 200 euros.

CAT S31

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A favor

  • Bateria
  • Resistência
  • Botão programável

Contra

  • Qualidade de imagem
  • Processamento
  • Qualidade da câmara
  • Portas de slots difíceis de abrir

Quanto ao design, o S41 aparenta ser mais robusto que o S31, no entanto, com revestimento em borracha, os dois intimidam neste campo. A crítica aqui vai para as portas das slots para a entrada de auriculares com fios, cartão SD e cartões SIM. Para garantir que não entram poeiras ou água no telefone são utilizadas borrachas laterais para fechar. No entanto, e principalmente para auriculares, foram sempre bastante difíceis de abrir (quem tem unhas pequenas simplesmente não o consegue fazer). O S31 é mais acessível neste campo. Já o S41 até para abrir a slot para carregar foi bastante difícil.

Um dos pormenores mais interessantes destes telemóveis é um dos botões laterais, de cor laranja. Esta tecla pode ser configurável para abrir qualquer aplicação. Utilizámos principalmente para a lanterna, mas dá para qualquer uma (um toque abre uma aplicação à escolha e um toque prolongado abre outra). Sendo telemóveis claramente pensados para quem tem tarefas exigentes pela frente, é um dos pormenores que cativou. Contudo, principalmente com o S41, várias foram as vezes em que a lanterna se ligou sozinha quando estava no bolso.

3 fotos

Os dois smartphones aguentam, segundo a marca, quedas de 1,8 metros (fizemos o teste a 2,5 metros e aguentaram também). Quanto à resistência à água, o S41 funciona até uma hora debaixo de água, numa profundidade de dois metros. Já o S31 é menos resistente: aguenta apenas até 1,2 metros. Apenas testámos com água corrente e dentro de copos de água. No entanto, com as câmaras a funcionarem nos dois para fotografias submersas (apenas o S41 tem uma funcionalidade própria para debaixo de água), o resultado cativou.

De resto, apesar de não serem resistentes a tudo, vão ser suficientemente robustos para os desafios quotidianos que têm pela frente. Um dos melhores exemplos para mostrar a resistência destes smartphones teve a ver com um dos pedidos que foi feito aos membros da seleção: “Conseguem dobrar o telemóvel?”. Já vimos pessoas a dobrarem smartphones com facilidade (até por acidente, só ao sentarem-se em cima deles). No entanto, os atletas só conseguiram dobrar os telemóveis depois de bastante esforço (e à terceira tentativa).

Veredicto final: Não são rápidos, mas são resistentes

Os S31 e S41 podem não ser os telemóveis mais rápidos ou com as características mais modernas, mas para quem precisa (mesmo) de um telemóvel resistente e com grande capacidade de bateria, são duas opções que se pode ter em conta. Com o S60 atualmente no mercado e o S61 a chegar, são apenas opções mais baratas para quem quer um smartphone resistente e não se quer preocupar quando cai ao chão.

Principais características S31:
Ecrã: 4,7 polegadas
Câmara de 8MP (funciona debaixo de água)
Memória: 16gb de armazenamento e 2gb de RAM
Bateria: 4000 mAH
Resistência ao choque e à água (até 1,2 metros de profundidade)
PVP de €329

Principais características S41:
Ecrã: 5 polegadas
Câmara: 13 MP (funciona debaixo de água)
Memória: 32GB de armazenamento e 3gb de RAM
Bateria: 5000 mAH (pode ser utilizada para carregar outros dispositivos)
Resistência ao choque e à água (até 2 metros de profundidade)
PVP de €449

[Veja no vídeo o primeiro episódio do Não teste isto em casa, com um salto de bungee jumping (e um grito) pelo meio]