Dentro de cinco anos, em 2023, a General Motors (GM) diz que terá no mercado 20 veículos eléctricos preparados para carregar muito rapidamente. O quão depressa é o que está a ser trabalhado em conjunto com a Delta Americas, no âmbito de um projecto de três anos para desenvolver um novo carregador, que promete bater a concorrência. Tesla e Porsche incluídas.

Citado pela Bloomberg, o analista da Navigant Research Sam Abuelsamid explica que, com o novo sistema da Delta, os automóveis eléctricos da GM vão conseguir 29 km de autonomia em cada minuto de carga. Isto enquanto os Tesla recebem 9,6 km por minuto e o futuro Porsche Taycan promete obter 20 km de autonomia no mesmo período de tempo. Ou seja, o dobro daquilo que a Tesla oferece hoje, quando for introduzido no mercado daqui a um ano. Mas menos do que o carregador da GM que, em 10 minutos, deverá acrescentar 288 km de alcance.

Recorde-se que uma das bandeiras da Porsche para “vender” o seu primeiro superdesportivo 100% eléctrico, alimentado a bateria, reside precisamente na rapidez de carregamento, com a marca germânica a garantir que bastarão 15 minutos para conseguir 400 km de autonomia para o Taycan, o equivalente a 80% da carga, para uma autonomia total de 500 km. Ora, se partirmos desses tais 400 km que a Porsche anuncia e os dividirmos por 15 minutos, temos que a cada minuto que passa o Taycan recebe energia para percorrer mais 26,6 km. Um valor ainda assim abaixo do (também) prometido pelo novo sistema da GM, mas acima do valor referido pelo analista da Navigant Research. Como é que se explica este desfasamento? O problema é que a Porsche estará a fornecer dados de acordo com o antigo e desfasado método NEDC, entretanto substituído na Europa pelo WLTP, mais próximo da realidade. Segundo a Electrek, o Taycan deverá oferecer, na realidade, uma autonomia total ligeiramente acima dos 400 km. O que significa que 80% da carga do superdesportivo eléctrico corresponderão a 321 km em 15 minutos, ou seja, 21,4 km por minuto – valor já em linha com o referido pelo especialista ouvido pela Bloomberg.

Seja como for, é positivo saber que os construtores estão empenhados em encurtar rapidamente o tempo que os seus veículos eléctricos precisam de ficar ligados à corrente. Para se ter uma ideia, o Nissan Leaf, o eléctrico mais vendido no mundo, demora menos de 7,5 horas para completar a carga num carregador doméstico de 7 kW fornecido pela marca, e entre 40 e 60 minutos a carregar a bateria até 80% num posto de carga rápida, com uma potência de carga máxima de 50 kW.

A Delta Americas avança que terá pronto o seu carregador, denominado Extreme Fast Charger (XFC), em 2020. Será o primeiro capaz de fornecer 400 kW, enquanto o sistema de carregamento rápido da Porsche fornece 350 kW e os supercarregadores da Tesla se ficam pelos 120 kW. Por enquanto, pois o construtor de Palo Alto já fez saber que em breve haverá novidades a este respeito, estando já a Tesla a trabalhar no desenvolvimento daquilo que designa por MegaChargers.

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