A primeira surpresa durante a revelação do EQC em Estocolmo prendeu-se com as semelhanças entre o protótipo apresentado no Salão de Paris de 2016, e o veículo definitivo que irá ser produzido em Bremen, a partir de 2019. As preocupações aerodinâmicas são evidentes, da mesma forma que saltam à vista as reduzidas entradas de ar, especialmente as que visariam a refrigeração do motor que, por ser eléctrico, não necessita de tanto ar. Já em relação às baterias a conversa é outra, uma vez que para mantê-las dentro dos parâmetros de segurança, durante as acelerações fortes e as cargas rápidas, é necessário algum esforço adicional.

O primeiro eléctrico moderno da Mercedes surge como um SUV de dimensões generosas, mas talvez não tanto quanto as imagens deixam imaginar. Segundo o fabricante, o EQC tem um comprimento de 4,76 metros (o I-Pace tem 4,68 m e o Model X 5,05 m), o que o coloca entre o SUV tradicionais GLC (4,68 m) e GLE (4,81 m).

Outra surpresa vem da altura, que se esperava superior aos “irmãos” a gasolina e diesel, uma vez que o EQC tem de criar uma zona sob os assentos para alojar o pack de baterias. Contudo, o SUV eléctrico anuncia apenas 1,62 metros, contra 1,64 m do GLC e 1,79 m do GLE, pelo que a Mercedes realizou aqui um bom trabalho, eventualmente à custa de uma menor altura ao solo.

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Em termos mecânicos, o EQC, apresentado aqui na versão 400 (relativo à potência, seguindo aqui o mesmo raciocínio usado pela Jaguar, com o I-Pace 400) 4Matic, monta dois motores de 150 kW (204 cv), um à frente e o segundo atrás, o que garante um total de 408 cv. Esta potência coloca o EQC 400 ao nível do GLC AMG 63, com motor 4.0 V8 de 476 cv. É certo que perde cerca de 70 cv na potência máxima, mas obtém esse valor muito mais cedo e sempre pode usufruir de muito mais força, pois o SUV eléctrico anuncia um binário de 765 Nm, bem acima dos 650 Nm da versão desportiva a gasolina.

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A alimentar os dois motores está uma bateria de 80 kWh e 650 kg – e não de 70 kWh como a que equipava o protótipo –, com a marca a incrementar a capacidade para fazer frente à concorrência e assegurar uma autonomia decente. Assim, o EQC 400 anuncia 450 km de autonomia, mas estranhamente segundo o método NEDC, que já foi abandonado, o que nos obriga estimar um valor em WLTP, que não deverá ser muito superior a 300 km.

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Com uma velocidade máxima de 180 km/h e a capacidade de atingir 100 km/h em 5,1 segundos, o EQC 400 anuncia ainda um peso de 2.425 kg, acima dos 2.000 kg do GLC 63 AMG e dos 2.175 kg do GLE. Para recarregar as baterias, o EQC pode-se ligar a uma wallbox de 7,4 kW, ou a um sistema de carga rápida (até 110 kW), o que lhe garante ir de 10 a 80% em 40 minutos.

A produção do EQC vai arrancar no final de 2019, com a Mercedes a não se comprometer com o mês e muito menos com o dia, sendo que tão pouco o preço é conhecido. Contudo, aqui, a Mercedes estará limitada pelos concorrentes, cujos valores serão ainda alvo de reacertos à medida que novos concorrentes forem surgindo.