796kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Burt Reynolds, o sex symbol que declamava Shakespeare "como ninguém"

Este artigo tem mais de 5 anos

O ator norte-americano tinha 82 anos e morreu no seguimento de uma paragem cardíaca. Deixa uma carreira de sucesso em Hollywood e a imagem eterna do "playboy" dos anos 70.

i

GettyImages

GettyImages

Burt Reynolds, ator norte-americano, morreu esta quinta-feira num hospital no estado da Florida.

A estrela de “Smokey and the Bandit”, “Boogie Nights” e “Cannonball Run” tinha 82 anos e foi internado depois de ter entrado em paragem cardíaca.

Reynolds sofria de problemas cardíacos há vários anos, tendo sido submetido a uma complicada operação em fevereiro de 2010.

Em mais de 60 anos de carreira, o norte-americano somou uma nomeação para o Óscar de melhor ator secundário pela sua interpretação do realizador de filmes pornográficos Jack Horner, no filme “Boogie Nights”, em 1997. Não o conquistou, mas garantiu um Globo de Ouro na mesma categoria.

[O trailer de Boogie Nights]

Durante cinco anos formou com Loni Anderson o casal sensação da década de 80, tendo-se casado em 1988 e divorciado em 93 — este foi uma das separações mais mediáticas de sempre na história de Hollywood. Reynolds foi acusado de trair Anderson, que o chegou a acusar de violência doméstica. A juntar a isto houve também as alegações de consumo de drogas. Burt acabou por ser obrigado a pagar 234,794.13 dólares a Loni na conclusão do processo de divórcio, mas foram precisos 22 anos para finalmente aceder ao acordo judicial.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um pormenor curioso na sua biografia é o facto de, durante os anos de universidade, ter sido uma estrela nos campos de futebol americano.

Um dos momentos mais icónicos da sua carreira foi quando aceitou ser fotografado nu, deitado num tapete de pele de urso, para a revista Cosmopolitan. Mais tarde afirmou ter-se arrependido de ter concordado em participar nessa sessão fotográfica, afirmando que “foi muito estúpido”.

[Reynolds a falar da sua carreira como jogador de futebol americano]

Apesar da idade avançada, Burt Reynolds continuava trabalhar. Atualmente fazia parte do elenco de “Once Upon a Time in Hollywood”, o filme que Quentin Tarantino se encontra a gravar e que é inspirado na história dos assassinatos de Charles Manson.

Apesar de ser um profissional consagrado no seu meio, ficaram pelo caminho hipóteses de alcançar uma fama ainda maior, já que recusou os papeis de James Bond e Han-Solo, o pistoleiro destemido de Guerra das Estrelas (que imortalizou Harrison Ford).

A sua promissora carreira enquanto jogador de futebol americano foi hipotecada por uma grave lesão no joelho — que piorou depois de um acidente de carro. Fechava-se a hipótese de brilhar na NFL mas abria-se a porta para o sucesso à frente das câmaras. Por culpa da grave lesão, Reynolds decidiu apostar na representação — sem ter qualquer historial nessa área –, inscrevendo-se na Palm Beach Junior College, onde foi “descoberto” por um professor de inglês, Watson B. Duncan III, que dizia que Burt lia Shakespeare “como ninguém”.

Os seus primeiros passos enquanto ator deram-se na televisão e no teatro, tendo a sua estreia em Hollywood ter sido adiada várias vezes, por falta de confiança do próprio, sentimento que surgiu depois de que, na sua primeira audição para o filme de 1957 “Sayonara”, lhe disseram que era demasiado parecido com Marlon Brando.

Foi preciso esperar até 1961 para Reynolds se estrear no grande ecrã, com o filme “Angel Baby”

[O trailer de Angel Baby, o primeiro filme de Burt Reynolds]  

A sua carreira entre as “estrelas” foi se mantendo estável, até que no início dos anos 70 aceitou participar na sessão fotográfica que mudou a sua vida. Totalmente despido, deitado no chão, de lado, sobre uma pele de urso — foi este simples cenário (entretanto já recriado inúmeras vezes ao longo dos anos) que pôs o seu nome a circular mais do que alguma vez tinha estado. Uns anos mais tarde, no filme “Deliverance” (“Fim-de-semana alucinante”, em Portugal), consagrou-se como uma das mais importantes estrelas de cinema da altura, ao contracenar com Jon Voight num thriller que ficou na história pela famosa cena em que um homem é violado por outro que lhe pede para “guinchar como um porco”.

Em 1974 voltou a atingir o sucesso graças ao filme “The Longest Yard”, onde canalizava o seu passado como jogador de futebol americano para vestir a pele de Paul “Wrecking” Crewe, uma estrela desta modalidade que é presa e decide criar uma equipa de prisioneiros para jogar contra os guardas, uma espécie de metáfora para chamar à atenção dos abusos policiais vividos nas cadeias norte-americanas. Este mesmo filme foi um sucesso de tal forma que foi refeito duas vezes: uma em 2001, com o britânico Vinnie Jones como protagonista (o título do filme foi alterado para “Mean Machine”), e outra em 2005, com Adam Sandler a fazer o papel original de Reynolds e o mesmo a fazer de treinador da equipa.

A determinada altura, Burt Reynolds começou a ser visto mais como ator de comédias do que de dramas. O seu primeiro êxito neste género deu-se com “Smokey and The Bandit”  (“Os Bons e os Maus” era o título em Portugal), em 1977. Nele, Reynolds era o intrépido Bandit e ganhava a vida a transportar álcool ilegal no interior dos EUA. Nesse ano, esta longa-metragem foi a segunda mais bem sucedida nas bilheteiras, justificando-se assim a aposta futura em duas sequelas. “The Cannonball Run” foi outro sucesso, dentro deste registo humorístico, que Burt protagonizou.

[Trailer de 1974 para o filme “The Longest Yard”]

Nesse mesmo filme, o “The Cannonball Run”, Reynolds usava um casaco de cabedal vermelho que rápidamente se transformou numa peça de culto. Guardado pelo próprio até 2014, acabou por ter de ser vendido em leilão para colmatar as extensas dívidas que Burt tinha reunido até então. Nesse lote de vendas encontrava-se também o Globo de Ouro que venceu em 1997, pelo papel que desempenhou em “Boogie Nights”. Nessa obra de Paul Thomas Anderson, Reynolds faz de Jack Horner, um realizador de filmes pornográficos nos anos 70. Foi este papel que reverteu a sua curva de popularidade descendente e até lhe rendeu a primeira e única nomeação aos Óscares, como melhor ator secundário (ganhou o Globo de Ouro na mesma categoria). Apesar do sucesso, Reynolds nunca escondeu que trabalhar no set de “Boogie Nights” foi uma experiência desagradável, muito por culpa da sua relação tempestuosa com Paul Thomas Anderson.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos