Jair Bolsonaro, o candidato de extrema direita às eleições presidenciais brasileiras, subiu de 22 para 24% nas intenções de voto, segundo a primeira sondagem levada a cabo depois de o político ter sido vítima de um ataque à sua vida. Os resultados divulgados pela Folha de São Paulo mostram que o facto de Bolsonaro ter sido esfaqueado durante a campanha eleitoral não teve influência na empatia dos eleitores, e não teve um efeito catalisador de votos. Embora as sondagens apontem para a vitória de Bolsonaro na primeira volta, a derrota é dada como certa na segunda volta, seja qual for o cenário. E a sua taxa de rejeição continua a ser a mais alta de todas.

Na sondagem anterior, divulgada no final de agosto, já depois de recusada a candidatura liderada por Lula da Silva, o candidato do PSL encontrava-se na dianteira com 22%. Esta nova sondagem, realizada pelo instituto Datafolha, dá-lhe um avanço de dois pontos percentuais. Os restantes candidatos, apesar da variação nas intenções de voto, são apresentados pela Datafolha como estando num empate técnico, devido à margem de erro da sondagem.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) surge com 13%, Marina Silva (REDE) com 11%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 10% e Fernando Haddad (PT) com 9%. Este último deve ser apresentado ainda esta terça-feira como candidato oficial do PT, depois de o Tribunal Superior Eleitoral ter chumbado a candidatura de Lula da Silva, estabelecendo o dia 11 de setembro como data limite para o partido proceder à substituição do candidato.

Num cenário de segunda volta, e segundo a sondagem da Datafolha, Bolsonaro perde com Ciro Gomes, Marina Silva e Alckmin e empata com Haddad. E perderia por mais, em relação aos valores anteriores.

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Em contrapartida, a sua taxa de rejeição é a mais alta de todas. Se, na sondagem anterior, 39% dos eleitores diziam que não votariam em Bolsonaro de forma alguma, esse número sobe agora para 43%, o que explica que apesar de estar na liderança na primeira volta, o candidato do PSL nunca venceria na segunda. Os valores sobem para 49% entre as mulheres e 55% entre os jovens.

Jair Bolsonaro foi esfaqueado durante a campanha eleitoral em Minas Gerais. De acordo com o novo boletim médico revelado esta segunda-feira, Bolsonaro apresenta sinais de infeção e tem sido alimentado por via endovenosa. O candidato tem ainda paralisia intestinal, o que, segundo a equipa médica, é comum em casos semelhantes. O deputado tem feito ainda fisioterapia respiratória e motora.

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