Taxistas de Aveiro, Leiria, Coimbra e Águeda juntaram-se esta manhã de domingo aos colegas de Lisboa, na Praça dos Restauradores, onde foram recebidos com aplausos e palavras de ordem, no protesto contra a lei das plataformas de transporte.

Pelas 11h30, mais de uma dezena de táxis oriundos principalmente daquelas cidades, mas também de Ovar e Marinha Grande, desceram a Avenida da Liberdade, escoltados pela polícia, em direção à Praça dos Restauradores, onde os colegas de Lisboa, paralisados naquela zona da cidade há cinco dias, os receberam em festa.

“Costa, urgente, ouve o presidente”, “nem um passo atrás”, “somos táxi” e “a união que nos faz lutar é a união que nos faz vencer” foram as palavras de ordem que se fizeram ouvir à chegada dos taxistas vindos de outras cidades.

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Dezenas de taxistas reunidos na praça central aplaudiram a chegada dos colegas, que acenavam pela janela, enquanto aqueles que se mantinham junto aos seus carros ao longo da avenida buzinavam à sua passagem.

Estes foram os primeiros de muitos outros taxistas de várias zonas do país que se deverão juntar ao protesto em Lisboa, disse à Lusa, no local, Florêncio Almeida, dirigente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL).

Segundo o responsável, por volta das 14h00 são esperados cerca de 40 táxis vindos da zona de Oeiras e na segunda-feira está previsto que mais de 60 da margem sul se juntem ao protesto na capital.

Florêncio Almeida considera que, ao quinto dia consecutivo de protesto, a mobilização que está a paralisar táxis em Lisboa, Porto e Faro mostra a força destes profissionais e a sua determinação em não recuar até terem uma proposta concreta que inviabilize a entrada em vigor (prevista para 01 de novembro) da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros.

“O primeiro-ministro tem de nos arranjar um interlocutor que nos ofereça alguma coisa, porque o ministro [do Ambiente, que tutela os transportes] em vez de nos acalmar, só tem vindo a incendiar mais os ânimos”, disse.

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Florêncio Almeida explica esta sua afirmação com as declarações do ministro no parlamento, segundo as quais “já foram resolvidos vários problemas do setor”.

“Não resolveu um único assunto”, afirmou, acusando-os o governante de “má fé” e de se ter “vendido às plataformas”.

Ao longo da avenida da Liberdade, os taxistas que estão há cinco dias de pedra e cal junto aos táxis têm, aos poucos, transformado a zona numa extensão da casa.

Hoje, um pouco por todo o lado, era possível ver familiares de taxistas que se lhes juntaram, mesas abertas à sombra de árvores, onde alguns conversavam, outros comiam e outros, ainda, jogavam às cartas.

Muitos táxis mantinham-se com a porta da bagageira aberta, a funcionar como toldo e até colchões foram levados para o local: na Praça dos Restauradores, à sombra da estátua, dois colchões estendidos serviam de sofá para alguns taxistas se sentarem, encostarem e até dormirem.

As associações de taxistas foram recebidas no sábado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República, e decidiram manter o protesto, até serem recebidos pelo primeiro-ministro.

Depois do encontro, a delegação de representantes dos taxistas, encabeçada pelos presidentes da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e da Federação Nacional do Táxi, Carlos Ramos, entregou uma carta no gabinete do primeiro-ministro no Terreiro do Paço, em Lisboa, a pedir uma intervenção com urgência para resolver as suas reivindicações.

Para segunda-feira, às 15h00, está marcada uma vigília junto à residência oficial do primeiro-ministro, provisoriamente deslocada para a Praça do Comércio, enquanto decorrem obras em São Bento.

Ao quinto dia, taxistas prometem manter protesto até à suspensão da lei