Há cerca de dois meses, em Julho, a Nissan admitiu proceder a testes para determinar consumos e emissões de alguns dos seus modelos de forma pouco rigorosa, visando criar relatórios falsificados relativos a veículos que eram, sobretudo, comercializados no Japão. Como consequência, o fabricante japonês comprometeu-se junto do ministro das Infra-estruturas, Transportes e Turismo nipónico a realizar uma investigação completa, com o intuito de apurar responsabilidades e, depois, apresentar até 26 de Setembro um relatório pormenorizado.

A Nissan cumpriu escrupulosamente tudo o que lhe foi exigido, cumprindo os prazos e entregando a investigação a uma conceituada firma de advogados, a Nishimura & Asahi, a quem também incumbiu de estabelecer as normas para evitar que a “habilidade” se repetisse. E foi exactamente este relatório final que surpreendeu pelo pormenor e atenção aos detalhes.

De acordo com a Nishimura & Asahi, foram apenas 1.205 os veículos alvos de testes impróprios de consumos e emissões, em que os funcionários deram largas à sua criatividade, ou falta de rigor.

Mas o mais curioso é que a auditoria apurou igualmente que havia outros testes que deveriam ser executados e que ou não eram, ou eram-no apenas de forma parcial. Isto incluía desde luzes de travão ao avisador de falta de líquido no circuito de travagem e até do volume da buzina. Ou seja, para perceber o que tinha corrido mal numa situação específica, a Nissan acabou por descobrir outros procedimentos que não estavam a ser levados a cabo de acordo com os requisitos determinados pelo fabricante.

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