“Quando acabarem de ler isto, pelo menos seis pessoas ter-se-ão suicidado em todo mundo.” É assim que arranca a carta aberta assinada por Lady Gaga e por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, publicada no jornal britânico The Guardian. Esta quarta-feira, dia 10 de outubro, assinala-se o Dia Internacional da Saúde Mental.

A carta escrita a quatro mãos pretende alertar para o problema do suicídio e recolher apoios a favor da saúde mental. Gaga escreve que, todos os anos, cerca de 800 mil pessoas escolhem o suicídio, um número bastante elevado que chega a representar mais do que a população de cidades como Washington DC, nos EUA, Oslo, na Noruega, ou Cidade do Cabo, na África do Sul.

O suicídio atinge nomes conhecidos como Anthony Bourdain, continua a artista responsável pela fundação “Born This Way”, mas também desconhecidos: “Filhos e filhas, amigos e colegas, membros valiosos de famílias e de comunidades”. “O suicídio é o sintoma mais extremo e visível” da maior emergência na saúde mental. Estigma, medo e falta de compreensão agravam o sofrimento das pessoas afetadas, continua Lady Gaga, e impedem uma ação “desesperadamente necessária” e há muito aguardada.

A condição deixa os jovens particularmente vulneráveis, lê-se ainda — o suicídio é a segunda causa de morte a nível global entre os 15 e os 29 anos, sendo que metade das doenças mentais começam aos 14 anos. Na carta lê-se que, atualmente, a saúde mental recebe menos de 1% da ajuda mundial: “Esforçamo-nos para falar abertamente sobre isso ou para oferecer cuidados e recursos adequados”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Lady Gaga afirma ainda que, muitas vezes, as pessoas permanecem em silêncio, uma vergonha que nos diz que “aqueles que sofrem de uma doença mental são, de alguma forma, menos dignos ou culpados do seu próprio sofrimento”.

Lady Gaga diz que sofre de stress pós traumático devido a violação

Em dezembro de 2016, Lady Gaga escreveu outra carta aberta, onde confessou ter sofrido de stress pós-traumático ao longo de cinco anos na sequência de uma violação que aconteceu quando a artista tinha apenas 19 anos.