O encontro entre Donald Trump e Kanye West, que teve lugar na sala oval da Casa Branca, na passada quinta-feira, ficou marcado por abraços, palavrões e por um estranho monólogo do rapper norte-americano, no qual reforçou que apoia incondicionalmente o presidente republicano. Um encontro que está a ser considerado um dos mais bizarros entre um Presidente e um músico na Casa Branca, desde que Richard Nixon recebeu Elvis Presley em 1970 — isto porque música e a cultura não foram os principais temas de agenda.

Kanye, de 41 anos, foi recebido na Casa Branca com o ex-jogador de futebol americano, Jim Brown, também afro-americano, para discutir a reforma no sistema prisional americano com o Presidente Trump. Usando um chapéu vermelho, com o lema da campanha de Trump, “Make America Great Again”, Kanye não se poupou ao uso de palavrões como “Motherfucker” no seu estranho monólogo, no qual fez referência à “infinidade do universo” bem como à bipolaridade, doença que afirma ter-lhe sido mal diagnosticada recentemente.

Os meus pais divorciaram-se, por isso nunca tive uma figura de referência masculina consistente durante o meu crescimento, agora que casei estou numa família na qual também as mulheres estão em maioria – é ótimo, no entanto”, afirmou Kanye à imprensa presente na sala oval, conta o The Guardian.

West continuou o seu discurso, abordando o problema das relações raciais, impostos, justiça criminal e, por fim, deu uma justificação pouco comum para apoiar a presidência atual dos Estados Unidos. “Eu adoro a Hillary, mas o lema da sua campanha, “I’m With Her”, não me fez sentir como um ‘pai que está lá para o seu filho’, dado que o meu foi ausente”, justificou o rapper, afirmando que “meter este chapéu [da campanha de Trump] fez-me sentir o Super Homem. Você [Donald Trump] fez-me sentir o Super Homem.”

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Este encontro realizou-se menos de duas semanas após Kanye ter demonstrado o seu apoio a Donald Trump durante uma emissão do programa humorístico Saturday Night Live, tendo sido alvo de várias críticas por parte da audiência e de algumas pessoas na indústria do entretenimento.

No auge do seu discurso, Kanye levantou-se da secretária presidencial e disse que “o que eu preciso é que o Saturday Night Live e os liberais se apercebam que: se ele [Trump] não fizer boa figura, nós também não faremos. Este é o nosso presidente. Tem de ser e estar impecável.”

No momento em que a imprensa questionou se Kanye ia tornar os rumores de concorrer à presidência americana verdade, o rapper respondeu que poderia vir a fazê-lo “apenas após 2024”, “não nos vamos preocupar com o futuro. Tudo o que temos realmente é o presente… o Trump está na sua demanda heroica neste momento e não estava à espera de ter um “motherfucker” como o Kanye West, (referindo-se a si mesmo na terceira pessoa), a apoiá-lo, vamos tornar a América fantástica.”

Mudou de nome, apoiou Trump e quis abolir a emenda que proíbe a escravatura. O que se passa com Kanye West?