A luta entre rivais nas modalidades de pavilhão é uma realidade muitas vezes despercebida a quem não siga tão de perto esses duelos mas nem por isso é menos intensa do que o futebol. Foi também por isso que o Benfica, depois de ter visto o Sporting vencer os Campeonatos de futsal, andebol, hóquei em patins e voleibol na última época (a Oliveirense ganhou o basquetebol), meteu mãos à obra e foi reformulando plantéis, equipas técnicas e estruturas para alcançar outros resultados. Decisivos, até ao momento, só houve mesmo dois dérbis a contar para as Supertaças de andebol e voleibol, ambos com vitória dos encarnados. Mas há mais sinais de que a maré verde e branca de 2017/18 está a mudar nestes primeiros meses da nova época.

Depois da vitória do Sporting no andebol em Alvalade por um golo e do empate a três na abertura do Campeonato de hóquei em patins, também em terreno verde e branco, o voleibol do Benfica agora comandado por Marcelo Matz conseguiu vencer pela primeira vez este sábado no Pavilhão João Rocha (depois de quatro desaires na última época). Este domingo, foi a equipa de futsal que ganhou o dérbi (4-1), quebrando uma série do Sporting com cerca de três anos (total de 71 jogos) sem derrotas em encontros a contar para a fase regular do Campeonato. Com isso, passou a ter uma vantagem de cinco pontos sobre o rival à sexta jornada, depois da escorregadela dos leões em casa com a Quinta dos Lombos.

Não há duas sem três: Benfica vence Sporting em Alvalade e lidera Campeonato de voleibol

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O encontro começou numa toada morna e com as equipas mais preocupadas em nunca descurarem as transições defensivas para não serem apanhadas em inferioridade do que propriamente apostadas em conseguir criar superioridade na frente em ataque organizado. Foi por isso que os primeiros sinais de perigo vieram de bola parada, com Roncaglio e Guitta a irem segurando o nulo com uma ou outra intervenção mais apertada. Durante um par de minutos, o Benfica pareceu ganhar algum ascendente pelo sentido prático com que abordava a baliza verde e branca mas o Sporting colocou os encarnados em sentido com duas bolas de golo travadas pelo guarda-redes brasileiro, após remates de Erick e Merlim.

Chegou o primeiro desconto de tempo, chegaram os golos. Logo dois para os visitados, em menos de três minutos, com grande influência de Roncaglio na frente: no primeiro, o guarda-redes subiu para criar superioridade, Henmi descobriu o movimento interior de Fernandinho quando Erick estava à espera da paralela e, numa situação de 1×1, o brasileiro não perdoou; pouco depois, o número 12 encarnado arriscou o remate, Guitta defendeu para o lado e Fits empurrou sozinho para o 2-0. Mais um desconto de tempo, mais um golo. Desta feita, para o Sporting: Roncaglio ainda evitou um remate “à queima” de Dieguinho mas nada conseguiu fazer perante o disparo fortíssimo de Leo, ao ângulo inferior. E foram os leões que acabaram por cima a primeira parte, tentando chegar ao empate aproveitando também as cinco faltas do Benfica.

Os números ao intervalo diziam tudo em relação ao equilíbrio nos 20 minutos iniciais: 23-25 em remates tentados, 12-12 em tiros enquadrados, 5-4 em faltas. De uma forma ou outra, pelo estudo que cada equipa faz do adversário e pelos demais cruzamentos nas seleções ou em dérbis (basta recordar que na ficha do jogo estavam oito campeões europeus por Portugal, quatro de cada lado: Bruno Coelho, Fábio Cecílio, André Coelho e Tiago Brito; André Sousa, João Matos, Pedro Cary e Pany Varela), não existem segredos. Ou melhor, há um comum aos dois conjuntos – forçar e aproveitar os erros contrários. E foi dessa forma que o Benfica voltou a passar para cima do jogo, com a obtenção do 3-1 logo no reatamento.

Guitta, numa situação em que Bruno Coelho surgiu na área isolado por lapso de marcação, ainda evitou o golo no primeiro minuto da etapa complementar mas nada podia fazer quando Fernandinho, recebendo um passe de Robinho após perda de bola em zona proibida de Pany Varela, picou a bola em jeito por cima do guarda-redes e aumentou a vantagem do conjunto de Joel Queirós. Os minutos foram passando, Roncaglio continuou a ser um verdadeiro muro e Nuno Dias parou o jogo para preparar um forcing final com 5×4, tendo Merlim como guarda-redes avançado. Todavia, seriam as águias a fazer ainda o 4-1, de novo com Fernandinho a aproveitar novo erro da organização ofensiva verde e branca para atirar para a baliza deserta.