O Manchester City venceu esta terça-feira, de forma totalmente inequívoca, o Shakhtar Donetsk. Os campeões ingleses golearam em casa a equipa ucraniana (6-0) e cimentaram a liderança do Grupo F da Liga dos Campeões, beneficiando do empate entre Lyon e Hoffenheim. Gabriel Jesus assinou um hat-trick e David Silva, Riyad Mahrez e Raheem Sterling também contribuíram para a contabilidade final. O Shakhtar de Paulo Fonseca foi atropelado em Manchester, os citizens de Pep Guardiola voltaram a golear depois de terem batido o Southampton por 6-1 no passado domingo mas não é sobre nada disto que o mundo do futebol está a falar.

À passagem do minuto 24, já depois de David Silva ter inaugurado o marcador ainda antes do primeiro quarto de hora, Raheem Sterling aplicou a sua característica mudança de velocidade para chegar a uma bola de Fernandinho antes de Matviyenko, já dentro da grande área, tropeçou na relva e caiu no chão com grande aparato antes de conseguir sequer rematar. O árbitro da partida, o húngaro Viktor Kassai, assinalou grande penalidade – para total surpresa junto dos jogadores do Shakhtar. Gabriel Jesus foi chamado a marcar, não falhou, ampliou a vantagem do City e assinou o primeiro dos três golos que marcou na noite de terça-feira.

A decisão inexplicável de Viktor Kassai – à qual acresce a conivência do árbitro de baliza -, para além de muitas críticas, voltou a levantar a discussão sobre o facto de a Liga dos Campeões não ter VAR. Discussão essa que, contudo, já não tem razão de ser: a UEFA anunciou no final de setembro que o VAR será introduzido na Champions já a partir da próxima temporada e na Liga Europa em 2020/21. Nas redes sociais, para além das já tradicionais brincadeiras com o lance que teve Sterling como protagonista, foram feitas muitas ligações com a notícia que saiu na passada semana e que dava conta da intervenção de Gianni Infantino, atual presidente da FIFA e então secretário-geral da UEFA, para que o Manchester City e o PSG não sofressem sanções devido à violação do fair play financeiro – a troco de uma injeção de dinheiro financiada por Sheikh Mansour, o dono do clube inglês. Duncan Castles, jornalista desportivo, escreveu no Twitter: “Será que Raheem Sterling deveria ter dito ao árbitro que tropeçou? Suponho que esse tipo de honestidade é difícil quando o teu clube é de Abu Dhabi…”.

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Na conferência de imprensa depois do jogo, Sterling admitiu que não tinha existido qualquer falta e pediu desculpa ao árbitro e ao Shakhtar Donetsk. “Ia picar a bola e não sei o que é que aconteceu a seguir. Acabei no chão e depois virei-me. Acho que não senti qualquer contacto, a culpa foi minha. Caí no chão. Peço desculpa ao árbitro e ao Shakhtar”, afirmou o internacional inglês. Muitas vozes críticas lembram que Sterling poderia ter dito a Viktor Kassai que tropeçou e que não existia qualquer grande penalidade – ato raro mas que já aconteceu algumas vezes – e mostram-se desiludidas com o jovem jogador, que é muitas vezes tido como “o melhor homem entre os futebolistas”.

Raheem Sterling. O miúdo que lavava casas de banho e apanhava três autocarros para treinar