O Banco Mundial anunciou esta segunda-feira que vai mobilizar 200 mil milhões de dólares (176,6 mil milhões de euros) de 2021 a 2025 para ajudar os países em desenvolvimento a lidarem com as alterações climáticas. O financiamento quinquenal representa o dobro do investimento feito de 2017 a 2025.

O anúncio, que acontece enquanto decorre a 24.ª conferência da ONU para o clima (COP24), na Polónia, “envia um sinal importante para a comunidade internacional fazer o mesmo”, apontou o Banco Mundial em comunicado.

Em resposta à agência noticiosa francesa AFP, o Banco Mundial explicou que metade do investimento será financiamento próprio, sendo a outra metade dividida entre duas agências do grupo e de fundos privados. A redução dos gases de efeito estufa, através do desenvolvimento das energias renováveis, é o principal foco no plano 2021/2025.

“Devemos lutar contra as causas, mas devemos adaptarmo-nos às consequências que são muitas vezes mais dramáticas para os mais pobres do mundo”, disse a diretora-geral do Banco, Kristalina Georgieva, que apontou o aumento dos níveis das águas do mar, inundações e a seca como os principais problemas derivados das alterações climáticas.

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A secretária executiva das Nações Unidas para a Mudança do Clima, Patrícia Espinosa, disse no primeiro dia da 24.ª conferência da ONU para o clima, a decorrer na cidade polaca de Katowice, que os impactos das alterações climáticas “nunca foram tão graves” e devem levar a comunidade internacional a “fazer muito mais” para contrariar a situação.

Patrícia Espinosa estimou que este ano seja “um dos quatro mais quentes alguma vez registados”. “As concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera estão num nível elevado e as emissões continuam a subir”, acrescentou a responsável, sublinhando que os “impactos da mudança climática nunca foram tão grandes, e essa realidade diz que se precisa fazer muito mais e a COP24 deve tornar isso possível”.

As alterações estão a atingir “comunidades em todo o planeta” e as “vítimas, a destruição e o sofrimento” estão a “tornar o trabalho mais urgente”, disse.

Impactos das alterações climáticas “nunca foram tão graves”